Poderão os salgueiros ser a resposta para cura do cancro infantil?

De acordo com um novo estudo, realizado pela organização Rothamsted Research e pela Universidade de Kent, ambas no Reino Unido, os salgueiros podem ser a fonte para a criação de um novo medicamento contra o cancro.

Os cientistas descobriram que as hastes e as folhas destas árvores contêm um composto anticancerígeno que poderá dar origem a um novo medicamento que ajudará a combater vários tipos de cancro infantil, para além de cancro da mama, garganta e ovário.

Desde os tempos da Grécia Antiga que os salgueiros são utilizados na medicina; a sua casca contém salicina – um composto semelhante à aspirina – que há muito tempo é usado para aliviar dores, inflamações e febre. Uma versão sintética foi criada em 1897, dando origem à aspirina – um dos primeiros e mais bem-sucedidos medicamentos inspirados na natureza.

Agora, os cientistas descobriram que um composto, denominado miyabeacin química, conseguia eliminar várias células cancerígenas, incluindo as resistentes a outros fármacos.

A equipa testou este composto contra uma variedade de linhas celulares de cancro; a análise descobriu que o composto poderia ser útil no tratamento do neuroblastoma, um tipo de cancro extremamente agressivo, onde a taxa de sobrevivência global é inferior a 50%.

A miyabeacin também foi eficaz contra várias linhas de células de cancro da mama, da garganta do ovário.

“Como a resistência ao tratamento é um problema significativo em vários tipos de cancro, incluindo o neuroblastoma, estes novos medicamentos com novos modos de ação são necessários; acreditamos que a miyabeacin pode oferecer uma nova oportunidade a esse respeito”, disse Mike Beale, um dos principais autores do estudo.

O cientista acredita que o potencial da miyabeacin enquanto medicamento poderá ser ainda maior do que os benefícios do uso da salicina, o ingrediente ativo da aspirina.

“Estruturalmente, este novo composto contém dois grupos de salicina que fornecem uma potencial capacidade em ‘dose dupla’ anti-inflamatória e de coagulação sanguínea que associamos à aspirina.”

A Rothamsted Research possui mais de 1 500 espécies de salgueiros, e híbridos, fator que levou a investigadora Jane Ward a atribuir esta descoberta á organização; a organização abriga a Coleção Nacional de Salgueiros do Reino Unido, onde os especialistas podem examinar as árvores com técnicas de última geração.

Fonte: Herald Scotland

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