O estudo foi realizado pelo King’s College de Londres, no Reino Unido, que avaliou um grande número de novos medicamentos contra o cancro aprovados pelo regulador de saúde europeu (EMA) no período entre 2009 e 2013.
Para os investigadores, os medicamentos não deram provas claras de que aumentam a sobrevida ou melhoram a qualidade de vida dos pacientes oncológicos; mais, mesmo quando estes medicamentos apresentam ganhos de sobrevivência em relação aos tratamentos existentes, esses ganhos foram marginais.
“Quando medicamentos caros, que não possuem benefícios clinicamente significativos, são aprovados e pagos pelos sistemas de saúde com financiamento público, pacientes individuais podem ser prejudicados, recursos sociais importantes são desperdiçados e a oferta de cuidados equitativos e acessíveis minados”, alertaram os cientistas.
Num total de 68 fármacos oncológicos aprovados no período estudado, 39 foram comercializados com base num elemento final substituto e sem evidência de que aumentassem a sobrevivência ou melhorassem a qualidade de vida dos pacientes.
Passados cinco anos desde a sua entrada no mercado, apenas oito dos novos medicamentos aprovados mostraram ganhos de sobrevivência ou de qualidade de vida.
Sendo assim, verificou-se que do total de 68 fármacos contra o cancro aprovados pela EMA, e com um acompanhamento médio de cinco anos, apenas 35 (51%) mostraram ganhos de sobrevivência ou aumento de qualidade de vida, em comparação com os tratamentos já existentes ou o placebo – incluindo os ganhos marginais.
Relativamente aos restantes 33 (49%), a incerteza permanece sobre se os medicamentos prolongam a sobrevivência ou melhoram a qualidade de vida dos doentes.
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