Pais de crianças com cancro são mais propensos a tomar medicação

O diagnóstico e o tratamento de cancro podem ser fatores extremamente stressantes para os pacientes para as suas famílias, especialmente para os pais de crianças com cancro.

No entanto, ainda são poucos os estudos que examinam objetivamente os efeitos do diagnóstico na vida e no sofrimento dos pais.

Neste estudo retrospetivo, investigadores usaram dados para comparar o risco da primeira prescrição de medicamentos psicotrópicos em pais cujos filhos foram diagnosticados com a doença.

Os cientistas relacionaram dados do Registo Nacional de Cancro Dinamarquês e do Registo de Cancro Infantil com dados de prescrição do Registo Nacional de Prescrição Dinamarquesa para comparar a primeira prescrição de medicamentos psicotrópicos em 6744 pais de crianças com cancro com 65 747 pais de crianças sem cancro.

Os pais do primeiro grupo eram pais biológicos, que tinham filhos com menos de 20 anos diagnosticados com cancro e que não tinham recorrido a medicamentos de prescrição entre 1 a 3 anos antes do diagnóstico.

Em comparação com outros pais, os progenitores de crianças com cancro tinham aproximadamente 3 vezes mais probabilidade de serem prescritos com ansiolíticos ou hipnóticos no ano a seguir ao diagnóstico dos filhos.

O maior aumento no risco foi observado entre pais cujos filhos acabaram por falecer.

Os tipos de cancro diagnosticados às crianças não causaram diferenças significativas nas taxas de prescrição.

Publicadas na revista Pediatrics, as descobertas são limitadas pelo uso de prescrições de medicações psicotrópicas como um substituto para o sofrimento psíquico, que pode ser influenciado pelas práticas de prescrição do profissional.

Além disso, os investigadores tentaram excluir pais que já tomavam medicamentos psicotrópicos anteriormente, mas só puderam examinar o uso nos 3 anos anteriores ao estudo.

No entanto, os resultados são reforçados pela grande amostragem e pelos dados abrangentes de um sistema universal de saúde.

Para os médicos, estas descobertas destacam a importância de rastrear e atender as necessidades de saúde mental dos pais que são confrontados com um diagnóstico de cancro infantil.

Fonte: 2 Minute Medicine

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