Pais de crianças com cancro querem mais tempo para acompanhar filhos

Um inquérito realizado pela Associação Acreditar – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro – revelou que os pais e cuidadores exigem mais tempo para poder acompanhar as crianças.
O inquérito fez parte da campanha Setembro Dourado, que reflete o mês da sensibilização para o cancro infantil, e concluiu que 89% das famílias consideram que o prazo para assistência deve poder ser superior a quatro anos, mediante declaração do médico oncologista.
Este e um dos maiores apelos dos pais e cuidadores que se prendem com o tempo que têm para acompanhar as crianças. Os resultados do inquérito nacional sobre Direito das Famílias em Oncologia Pediátrica foram apresentados ontem no Salão Nobre da Assembleia da República, sendo que a associação já tinha apresentado um conjunto de conclusões mais relevantes. 
O estudo reuniu respostas de 419 famílias (pai, mãe e cuidador), e revelou que as principais preocupações da família se prendem com a segurança social, a escolaridade e a saúde. 
O inquérito revelou ainda que as despesas das famílias aumentam com a chegada da doença ao seio familiar; em média, depois do diagnóstico, os encargos mensais aumentam cerca de 254€, ou seja, mais de três mil euros por ano. 
Já os rendimentos diminuem, muito em parte, pelo facto dos pais e/ou cuidadores terem de acompanhar os jovens doentes aos tratamentos; a quebra é de cerca de 285€, devido a baixas ou mesmo ao desemprego. 
Assim, a Acreditar revela que existe um diferencial negativo de 539 euros que as famílias têm de suportar.
O inquérito revelou também que, em matéria de escolaridade, 63,5% das crianças e jovens diagnosticados não beneficiaram de apoio individual e/ou ao domicílio, número que corresponde a mais de metade das crianças e que espelha que estas não têm qualquer apoio especial para prosseguir os estudos. 
Tendo em conta os resultados, a associação criou algumas propostas que apresentou na Assembleia da República; estas propostas pretendem adequar as “políticas nas respetivas áreas, de forma a criar melhores condições de adaptação às exigências do tratamento e da sobrevivência”.
Só no ano passado, a Acreditar disponibilizou 52.298,95€ para apoiar as famílias de crianças e jovens com cancro, valor que este ano está estimado em 64 mil euros.
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