Foi formalizada, na passada sexta feira, a criação da APOHSJ – Associação Pediátrica Oncológica, uma associação de pais de crianças com cancro tratadas no Hospital São João, no Porto.
Esta nova associação que, segundo o seu porta-voz Luís Pires, terá “poder jurídico para pedir uma audiência urgente à Comissão Parlamentar de Saúde”, pretende acabar com os contentores onde são prestados os serviços pediátricos há cerca de 10 anos.
A criação da APOHSJ – Associação Pediátrica Oncológica surge numa altura em que o Governo lançou um concurso publico para a construção da nova ala pediátrica, algo que tem suscitado algumas dúvidas a muitos dos pais das crianças tratadas naquela instituição, nomeadamente a propósito de novos atrasos no início da obra.
“Temos soluções para o regime de exceção referido pelo PSD no debate quinzenal [da Assembleia da República]. Queremos demover os políticos de uma nova adjudicação [do concurso para a obra do Centro Pediátrico, iniciada em 2015 por uma entidade e parada em 2016]. Há vidas em risco. É preciso resolver o problema o mais rapidamente possível”, disse o porta-voz.
Luís Pires disse ao Jornal de Notícias que entrou em contato com o responsável pelo projeto Joãozinho e que “a associação está disposta a entregar o processo todo ao Estado para que se possa prosseguir a adjudicação que já estava em curso”.
Para Luís Pires, que lamentou o facto de todas as entidades dizerem que “é urgente e ninguém fez nada”, “ou o Estado deixa o privado fazer a obra, que nunca ninguém explicou por que razão parou”, ou é aberto “um regime de exceção para que haja celeridade e continuar a adjudicação”.
“A obra foi iniciada em 2015 e tem lá um milhão de euros gastos”, observou o porta-voz, que garantiu que “voltar atrás [no processo] não vale a pena”.
Na passada quinta feira, o PSD apresentou um projeto de resolução para que o Governo conclua as obras na ala pediátrica do Hospital São João. O partido acusou o primeiro-ministro António Costa de “insensibilidade social” por ter optado pela abertura de um novo concurso internacional em vez de avançar com as obras previstas.
Afirmando que este concurso segue as regras da contratação pública, o primeiro-ministro desafiou o PSD a aprovar uma lei que autorize o Governo a dispensar o visto do Tribunal de Contas (TdC) e o concurso público, de forma a permitir o início imediato das obras nesta unidade hospitalar.