Pacientes com cancro defendem mais informação e transparência nas metodologias de ensaios clínicos

Um estudo realizado na Irlanda e cujos resultados preliminares devem ser apresentados no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO 2017) mostrou que muitos pacientes oncológicos defendem uma maior transparência e esclarecimento sobre os conceitos centrais que sustentam a metodologia usada nos ensaios clínicos.
Embora a maioria dos pacientes considere ser importante a existência de ensaios clínicos, por estes serem fundamentais para o desenvolvimento de novos tratamentos para o cancro, muitos optam por reduzir “as opções de ensaios clínicos devido a equívocos sobre eles”, disse um dos autores do estudo do Hospital Universitário Mater Misericordiae, na Irlanda.
Durante o estudo, 1 090 pacientes com diagnóstico de cancro que estavam a ser tratados num dos 14 centros de oncologia participantes preencheram questionários anónimos onde foram solicitados a avaliar a sua perceção sobre ensaios clínicos e pesquisas.
O questionário revelou que mais de metade dos participantes que tinham estado em ensaios e 73% daqueles que nunca estiveram num estudo clínico decidiram o tratamento “por acaso”.
Segundo os investigadores, a maioria dos pacientes não entendeu o equilíbrio clínico; surpreendentemente, esse facto foi maioritariamente verificado em pessoas que tinham participado anteriormente em ensaios clínicos, 60% dos quais acreditavam que o seu médico saberia qual o melhor estudo.
O estudo indica que, para fornecer o consentimento informado ao participar num ensaio, os pacientes devem compreender os conceitos-chave, tendo os médicos o dever de os saberem explicar de forma a aliviarem medos que possam impedir os pacientes de participar.
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