Muitas vezes, a cura do cancro é apenas o primeiro passo para uma nova vida repleta de desafios. Os mesmos tratamentos que salvam a vida de crianças são, muitas vezes, aqueles que causam problemas e efeitos secundários para o resto da vida.
Esse foi o caso de Tony Salermo, um adolescente de 16 anos, sobrevivente de cancro infantil, que é obrigado a lidar diariamente com os efeitos secundários decorrentes do tratamento que lhe salvou a vida.
“Há muitas coisas com as quais nós, sobreviventes, temos de aprender a lidar”, diz Tony.
Após o primeiro diagnóstico de neuroblastoma aos 2 anos de idade, o jovem sofreu uma série de contratempos, pois a cada novo tratamento a que Tony era sujeito surgiam novos problemas.
“O meu filho surpreendeu-me e surpreende-me todos os dias”, conta Karen, a sua mãe.
Alturas houve em que Karen achou que Tony não iria sobreviver. Uma dessas vezes foi quando o jovem sofreu um conjunto de complicações após um transplante de rim em 2017, cujo dador era o seu pai. Após o transplante, Tony sofreu uma falência múltipla de órgãos. A probabilidade de sobreviver era de menos de 5%.
Depois de 8 meses internado no hospital, Tony desenvolveu uma doença em que todas as conexões entre o cérebro e os músculos desapareceram, o que faz com que o jovem tenha dificuldades em falar e em se mover.
“Todos os dias temos que aprender a viver da melhor maneira possível. Não é fácil, mas é a única solução que temos. Não vou mentir, às vezes é muito frustrante, só me apetece chorar e gritar, mas isso não resolve nada”, diz, emocionada, Karen.
Já se passaram 2 anos desde o transplante de Tony.
O acompanhamento médico tem-no ajudado muito e, lentamente, o adolescente tem recuperado as suas forças.
“Por vezes é complicado, mas eu acho que aprendi a lidar com as dificuldades. Não me serve de nada ter raiva, não vou ficar melhor por isso. Tenho é que lutar para ficar bom”, afirma o sobrevivente.
Fonte: CBS Local