OMS e St. Jude unem-se para apoiar fornecimento de medicamentos a crianças com cancro

Não há qualquer governo, nenhuma multinacional, nenhuma vedeta internacional envolvida neste acordo anunciado pela Organização Mundial de Saúde: “A OMS e o St. Jude Children’s Hospital assumem o maior compromisso financeiro de sempre no fornecimento de medicamentos para o cancro pediátrico a países de baixo e médio rendimento”.

“Esta iniciativa nasceu de um encontro entre duas pessoas num café de Istambul, se correr bem, conseguiremos salvar um milhão de crianças, um m-i-l-h-ã-o de crianças!”. As duas pessoas são um gestor hospitalar e um responsável da OMS.

Quem fala à TSF sobre este acordo assinado em Genebra é João Bragança, presidente da Acreditar e da Childhood Cancer International, um conglomerado de associações de pais de crianças com cancro de 90 países.

O primeiro passo foi dado pelo hospital norte-americano St. Jude Children’s Research Hospital. Um hospital fundado há quase 60 anos em Memphis, no Tennessee, por um comediante de rádio que se tornou benemérito, e cuja família de origem libanesa manteve até hoje o legado.

O St. Jude angariou 200 milhões de dólares que irão ser gastos naquilo que a OMS definiu como medicamentos essenciais para o cancro pediátrico.

“São medicamentos que tratam alguns tipos de cancro e também medicamentos para crianças que não irão sobreviver e que não devem morrer em sofrimento”. João Bragança explica que os medicamentos irão chegando ao destino ao longo dos próximos seis anos, “primeiro haverá um projeto-piloto com 12 países”, para selecionar governos e parceiros locais credíveis, “se tudo correr como previsto avança-se depois para 50 países”.

Os dados da Organização das Nações Unidas apontam para 400 mil casos de cancro pediátrico por ano, em todo o mundo, mas “enquanto nos países mais pobres morrem 80% dessas crianças, na Europa, por exemplo, sobrevivem 80%”.

A falta de estruturas e de profissionais de saúde, bem como o diagnóstico tardio têm o seu peso, mas nada é tão determinante como o acesso a medicamentos.

Fonte: TSF

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