As duas entidades lembram que as atividades que representam complementam-se, e são de extrema importância, pois quer a prescrição por parte dos médicos, quer a dispensa de medicamentos por parte dos farmacêuticos são parte fundamental num processo “que se quer transparente e funcional”.
A Ordem dos Médicos e a AFP consideram existir um conjunto vasto de fatores que, conjugados, podem constituir um problema de saúde pública, nomeadamente nos riscos resultantes do incremento da automedicação motivada pelo aumento das taxas moderadoras e pelo preço anormalmente baixo a que chegaram alguns medicamentos.
Associado a este fenómeno, estará ainda a qualidade de alguns medicamentos genéricos, uma vez que é praticamente impossível encontrar racionalidade económica entre o custo das matérias-primas e o preço final praticado por alguns laboratórios.
Por outro lado, e como já havia sido denunciado pela Ordem dos Médicos junto da ASAE, a OM e a AFP acreditam que Portugal está perante uma situação de dumping que, para além de conduzir à dúvida em relação à qualidade dos produtos conduz, invariavelmente, à degradação da indústria portuguesa de genéricos cujos critérios de produção não são compatíveis com práticas de concorrência desleal.
As entidades recordam que os preços a que chegaram alguns medicamentos não só estão a conduzir ao aumento da exportação paralela e à escassez no mercado nacional, como estão a levar ao seu descrédito junto dos utentes relativamente aos reais benefícios para o tratamento a que se destinam.
A Ordem dos Médicos e a AFP alertam também mais uma vez para os problemas sérios e graves com que se debatem os utentes, pois estes não têm acesso aos medicamentos de que necessitam, tal é a escassez de produto no mercado.
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