Esta é a história de Tiffany contada por ela e pela sua mãe. Tiffany é uma menina norte-americana, muito corajosa, que sobreviveu a um cancro e que é uma inspiração para todos aqueles que passam pela sua vida.
O meu nome é Tiffany Balkissoon, tenho 13 anos e fui diagnosticada com um osteossarcoma quando tinha 6 anos de idade.
Desde então, a minha vida tem sido entrar e sair de hospitais.
Viver intermitentemente num hospital nunca é bom, seja ele qual for, mas o apoio da família e dos amigos é essencial. Tive a sorte de ter pessoas que tornaram tudo mais confortável e divertido para mim, embora eu estivesse com muitas dores devido ao cancro.
Sempre que me visitavam, traziam-me jogos, filmes, brinquedos e faziam atividades divertidas comigo para que eu me distraísse.
Enquanto estive no hospital fiz muitos amigos. Alguns eram mais velhos e outros mais novos, mas a idade não importa; o importante é que nos ríamos e brincávamos para dar apoio uns aos outros e, acima de tudo, toda a gente tentava fazer o outro feliz.
Perder a minha perna foi doloroso, e acima de tudo, muito triste, mas eu tive de aprender a aceitar que, se os médicos não a removessem, o cancro ia espalhar-se por todo o meu corpo e, dessa forma, eu não estaria aqui hoje.
Quando removeram a minha perna e eu terminei o tratamento, fiquei oficialmente livre de cancro.
Finalmente pude regressar à escola.
Admito, estava com muito medo, mas ao mesmo tempo muito animada. Tinha medo porque achava que as outras crianças iam gozar comigo por eu ter perdido uma perna, mas não; mal cheguei senti que todos gostavam de mim. Toda a gente foi muito gentil e prestável comigo.
Por isso, se estiveres a passar pelo mesmo que eu, o meu conselho é simples: sê forte e nunca percas a esperança!
“Houve momentos em que senti vontade de desistir“
Mas se a vida de Tiffany mudou para sempre, também a da sua mãe, Melissa, se alterou de forma abrupta.
Quando a Tiffany foi diagnosticada com cancro, eu nem quis acreditar pois, para mim, as crianças daquela idade não tinham cancro.
Os médicos tentaram salvar a perna dela, mas não foram bem-sucedidos…e o cancro acabou por regressar de forma ainda mais agressiva. Não havia outra opção senão amputar.
O osteossarcoma como que “subiu” pela perna da minha filha, e ela sentia dores insuportáveis. Foi aí que me disseram que não havia outra hipótese senão amputar a perna esquerda, o mais rápido possível.
Foi uma decisão dolorosa, mas eu sabia que era a única maneira de salvar a vida da Tiffany.
Eu tive a certeza que tinha tomado a decisão correta no dia 7 de fevereiro de 2014, o dia em que a perna foi amputada, pois quando a Tiffany acordou eu vi-a como já não me lembrava de ver: sem dor e cheia de vida!
Não é por ser minha filha, mas a Tiffany é uma inspiração, tanto para mim como para as outras pessoas.
Ela vive a vida como qualquer outra criança. É muito forte e inteligente.
Uma das coisas mais notáveis sobre a Tiffany é que, depois de ter sido sujeita à amputação e quando ficou sem dores, ela começou rapidamente a dominar o uso das muletas e não havia dia em que eu não a visse a ir para ao pé das camas dos outros pacientes para falar com eles. Dava-lhes sempre força, sempre com um sorriso no rosto.
O mais impressionante, foi que a minha filha falava com os pais de outros meninos e meninas e encorajava-os, contando a sua história.
Confesso, houve momentos em que senti vontade de desistir, mas não podia, tinha que ficar do lado dela. Por isso, unimo-nos as duas e confiámos que ia correr tudo bem. E graças a Deus, e aos médicos, correu.
Atualmente, Tiffany frequenta o ensino secundário e estuda afincadamente para um dia se tornar pediatra.
Para além disso, adora nadar e cantar e participa frequentemente em caminhadas de apoio à luta contra o cancro infantil, sempre munida das suas muletas e do seu sorriso.