Na vida de Shayn Lindquist, pode-se dizer que derrotar o cancro foi o primeiro passo de uma grande maratona que tem como objetivo ajudar crianças com cancro.
Um militar na reserva, Shayn é um sobrevivente de cancro que criou uma organização sem fins lucrativos para ajudar a causa da oncologia pediátrica.
Em 2017, enquanto participava numa competição organizada pelo exército norte-americano, Shayn começou a aperceber-se de que algo estava errado com a sua visão.
“Sentia a minha visão turva. Mas achei que não era nada de grave”, conta. No entanto, os sintomas persistiram e Shayn deixou de conseguir desvalorizar o assunto.
Ex-jogador de hóquei na Universidade do Michigan, Shayn garante que sempre teve cuidados com a sua saúde, e por isso, marcou uma consulta no oftalmologista; o médico não observou nada de errado mas, por precaução, pediu ao militar que fosse submetido a uma ressonância magnética.
E os resultados não podiam ter sido mais desanimadores. Shayn tinha um tumor cerebral.
“Fiquei em choque. Não acreditei no que ouvi. Quando desliguei o telefone, deixei-me cair no vazio. Não sabia o que fazer”.
Incapaz de processar as informações, Shayn lembra que demorou algum tempo até que arranjasse coragem para contar aos seus pais; mas quando o fez, ganhou um apoio e um amor incondicionais, que acredita terem sido um fator fundamental na sua recuperação.
Inspirado por pensamentos positivos, Shayn tentou sempre que o tratamento a que foi sujeito não condicionasse a sua vida; o jovem continuou a estudar e a frequentar, aos fins de semana, alguns treinos do exército.
No entanto, o processo nem sempre foi pacifico, com Shayn a desenvolver alergias a alguns medicamentos usados no tratamento oncológico. Depois de ter concluído as sessões de quimioterapia, Shayn deu início à radioterapia.
“Eu nunca me senti tão cansado como naquela altura. Só queria dormir. Perdi muito peso, os meus cabelos começaram a cair e o meu sistema imunitário ficou um caco, muito, muito fraco”.
Mas Shay não desistiu, e 6 meses após ser diagnosticado, entrou remissão. Desde novembro de 2017 que o jovem está livre de cancro.
Durante todo este difícil processo, o jovem ainda teve tempo de criar uma organização sem fins lucrativos que desenvolveu uma iniciativa de sucesso, a Ruck for a Cure, uma maratona de cerca de 241 km que tem como principal objetivo angariar dinheiro para instituições de caridade dedicadas ao combate do cancro infantil.
“Durante os tratamentos, que foram algo difíceis para mim, eu pensei muitas vezes em crianças e na dor que elas tinham de suportar. Quis criar algo que, se não mudasse isso, pelo menos ajudasse”.
Na sua primeira edição, na qual o criador não podia deixar de participar, a Ruck for a Cure angariou mais de 3 mil dólares (cerca de 2,7 mil euros).
Metade da receita foi doada ao Special Days Camp, um acampamento para crianças com cancro onde Shayn também trabalha; a outra metade foi entregue ao St. Jude Children’s Research Hospital.
“Para uma estreia, fiquei muito satisfeito. Com tempo e determinação, a Ruck for a Cure vai conseguir angariar ainda mais dinheiro. Vamos ajudar estas crianças”, afirma, convicto, Shayn.
Fonte: Army
