O momento em que tudo muda: a jornada de um pai de uma criança com cancro infantil

Enquanto pais, não queremos nada para além do melhor para os nossos filhos.

Fazemos todos os esforços para lhes oferecer o máximo de compaixão, de apoio e de oportunidades possíveis. Acreditamos que, ao fazermos isso, lhes estamos a dar tudo aquilo de que eles necessitam para serem felizes. Para prosperarem.

Contudo, por vezes, a vida gosta de nos dar obstáculos, pequenos e grandes imprevistos que nos mostram que, nem sempre, os nossos melhores esforços são suficientes.

Eu e a minha esposa éramos esse tipo de pais. Trabalhávamos incansavelmente para proporcionar a melhor existência possível os para nossos filhos.

Eles frequentavam as melhores escolas, tinham as melhores experiências e eram mimados com presentes. Acreditávamos que estávamos a fazer tudo certo. E que eles seriam felizes para sempre.

Mas a nossa vida desmoronou quando, aos 6 anos de idade, o nosso filho foi diagnosticado com um neuroblastoma.

Aquele diagnóstico foi um ataque devastador à nossa vida quase perfeita. De repente, tudo mudou. O nosso pequeno universo foi destruído, deixando-nos desamparados e desorientados.

Ao embarcarmos na árdua jornada dos tratamentos, apercebemo-nos de que havíamos negligenciado o aspeto mais importante da paternidade – passar tempo de qualidade com os nossos filhos.

Tínhamo-nos esquecido de que as crianças são felizes sem bugigangas ou experiências caras. As crianças não querem viajar ou frequentar as mais prestigiadas escolas, elas querem o nosso tempo, o nosso afeto. Elas precisam que estejamos sempre presentes nas suas vidas, para ouvir as suas histórias, para segurar nas suas mãos. Elas precisam que os pais sejam um porto seguro.

Nas longas horas que passámos no hospital, a ver o nosso filho a ser submetido aos mais dolorosos tratamentos, fomos capazes de perceber a importância de estarmos presentes na vida deles.

Foi nessa altura que começámos a brincar mais com eles, a ler livros com eles, a conversar com eles. A partir daquele momento, começámos a rir e a chorar com eles, a apoiá-los nos momentos mais difíceis.

A luta do nosso filho contra o cancro ensinou-nos que a vida é imprevisível e que os bens materiais nunca podem suplantar o valor de passar tempo com aqueles que mais amamos.

Aquele terrível momento serviu como um lembrete de que devemos estar presentes, ser pais a tempo inteiro, priorizar o nosso tempo com os nossos filhos e criar memórias duradouras.

Hoje, o nosso filho está curado.

Valorizamos todos os pequenos momentos que passamos com ele e com os irmãos.

Por isso, pergunto a todos os pais: e vocês? Vocês valorizam mais os bens materiais do que passar tempo de qualidade com os vossos filhos? Vocês ouvem os vossos filhos? Vocês conhecem os vossos filhos?

Lembrem-se disto: a felicidade e o bem-estar dos nossos filhos dependem do tempo e do carinho que investimos neles.

Concluindo, a vida pode ser imprevisível e não podemos prever quais os obstáculos que surgirão. No entanto, podemos estar preparados e priorizar aquilo que é genuinamente importante: passar tempo de qualidade com as nossas crianças.

Ao fazer isso, estamos a criar um vínculo com os nossos filhos que irá suportar qualquer desafio, qualquer imprevisto que a vida decida lançar-nos.

Fonte: News Break

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