Ter um filho com cancro é um acontecimento que afeta, não só o estado de espírito das famílias, como também a sua situação socioeconómica.
Por esse motivo, investigadores dinamarqueses projetaram um estudo com o objetivo de avaliar o impacto do cancro infantil ao nível do status económico e de trabalho dos pais, ao mesmo tempo que tentaram identificar determinantes de alterações adversas após o diagnóstico de cancro da criança.
Para isso, os cientistas realizaram uma investigação usando dados do registo oncológico dinamarquês. por período do calendário.
O estudo comparou pais de crianças diagnosticadas com cancro entre 1982 e 2014, num total de 12 418 casos, com pais de crianças sem cancro; foi analisado o status de trabalho anual e os rendimentos anuais disponíveis dos pais ao longo de um período de dez anos após o diagnóstico.
Os investigadores usaram modelos de regressão logística para identificar determinantes das alterações adversas após o diagnóstico.
Mães de crianças diagnosticadas entre 1982 e 1999 foram mais propensas a não trabalhar ou a ter baixos rendimentos quando comparadas a mães cujos filhos foram diagnosticados entre 2000 e 2014. O risco de desemprego ou de menores possibilidades económicas foi menor no grupo de mães de crianças diagnosticadas entre 2000 e 2014.
Curiosamente, entre os pais, os cientistas não observaram padrões consistentes.
Os baixos níveis de escolaridade dos progenitores, o diagnóstico de leucemia e a idade mais jovem da criança na altura do diagnóstico foram os principais determinantes das alterações adversas no status de trabalho ou de rendimentos após o diagnóstico.
Os investigadores observaram que um diagnóstico de cancro infantil interferiu adversamente na situação socioeconómica dos progenitores, principalmente entre as mães.
Ainda assim, as melhorias observadas nos casos diagnosticados mais recentemente mostram, segundo o estudo, que, juntamente com os avanços ao nível do tratamento, têm existido alguns esforços em questões de apoio do sistema de bem-estar às famílias afetadas pela doença.
Fonte: DocWire News