Com apenas 4 anos, a vida do pequeno Jack Callahan, natural dos Estados Unidos, foi pautada por uma série de adversidades.
Foram 9 ciclos de quimioterapia, outros tantos de radioterapia, uma cirurgia, 3 transplantes de células estaminais, num total de 117 noites passadas no hospital.
Tudo começou em fevereiro de 2019, altura em que Jack começou a sentir fortes dores numa das pernas; preocupados, os seus pais, Emily e Michael, levaram o menino a um ortopedista, de maneira a perceber o que se passava com Jack.
Após vários exames, Emily e Michael receberam a notícia que nenhum pai quer ouvir: Jack tinha sido diagnosticado com um tumor das células germinativas.
O que se seguiu foi uma reviravolta na dinâmica familiar: além do facto de Jack ser obrigado a passar grande parte do tempo internado num hospital, Emily e Michael tiveram que ajustar a sua vida, profissional e pessoal, para poder dar o melhor apoio possível à criança.
“O Jack começou a ser seguido no Hospital Infantil da Universidade da Virgínia em fevereiro de 2019. Tudo estava a correr bem, mas, em junho, os médicos informaram-nos de que o cancro tinha recidivado. Era necessária uma abordagem mais agressiva, que só nos poderia ser facultada no Hospital Pediátrico de Filadélfia. Isso implicou que tivéssemos que mudar toda a nossa vida, de forma a podermos estar ao lado do Jack durante este período”, conta a mãe, Emily.
Entre junho e julho, Emily e Michael revezaram-se, mas desde agosto que o casal se mudou permanentemente para Filadélfia.
“O Mike e eu sempre trabalhámos em período integral. Nós dois tínhamos empregos que adorávamos e que conseguíamos conciliar com a nossa vida familiar; mas a partir do momento em que o Jack foi diagnosticado, tudo mudou. E, sejamos honestos, a vida do nosso filho é a coisa mais importante para nós”.
Atualmente, e embora o prognóstico de Jack seja bastante positivo, Emily e os médicos mantêm-se “cautelosamente otimistas”.
O jovem está prestes a terminar os seus tratamentos e deverá poder regressar a casa rapidamente.
“Se tudo correr bem, e eu acredito que vai, vamos para a nossa casa e o Jack só terá que ser seguido pelos médicos. Mas acredito que não terá que fazer mais tratamentos, quero acreditar nisso”.
Emily enfatiza que ter uma relação sólida, de confiança e forte é fundamental para que a unidade familiar não seja comprometida.
“Apesar de, nas primeiras vezes, me ter sentido um bocado culpada, a verdade é que muito importante tirarmos um tempinho, nem que sejam apenas 10 minutos, para estarmos com o nosso companheiro. Nós concentramo-nos tanto nas necessidades dos nossos filhos que acabamos por nos esquecer das nossas próprias necessidades, das necessidades dos nossos companheiros”.
A mãe de Jack afirmou que ela e o seu marido perceberam o quão importante era terem tempo para comunicar e para reconhecer o que cada deles necessitava para reduzir o stress a que estavam sujeitos.
“Nós precisamos de comunicar para garantir que temos, e damos, o apoio necessário. O nosso filho precisava de nós, mas nós também precisávamos de estar bem para o poder ajudar”.
Essa necessidade de “estar bem” pode vir sob várias formas, esclarece Emily.
“Para mim, é ter tempo para me exercitar. Se eu não fizer exercício, fico nervosa e irritada. Para o Michael era a possibilidade de ter um tempo para ler e para dar um passeio. Então, combinámos que, todos os dias, ou sempre que sentíssemos essa necessidade, falávamos os dois, de forma a que um pudesse ir espairecer, enquanto o outro ficava a tomar conta do Jack”.
E onde fica o romance no meio de toda esta avalanche emocional?
“Tivemos que ser muito criativos, principalmente durante o tempo em que o Jack esteve internado. Às vezes, pedíamos a uma enfermeira que sentasse com Jack, durante 15 minutos, só para podermos ir jantar juntos…era a nossa noite romântica, um encontro de 15 minutos, onde só falávamos de nós e de todas as coisas que íamos fazer quando o meu filho ficasse curado”.
Caso estivessem acompanhados de um familiar, o casal aproveitava para ir dar uma volta maior.
“Quando nenhuma dessas opções era possível, esperávamos que o Jack adormecesse e ficávamos os dois, no quarto, a falar ou a jogar um jogo de tabuleiro. Isso fez com que ficássemos mais unidos do que nunca. E fez também com que o nosso filho se sentisse a criança mais protegida e amada do mundo”.
Fonte: St. Baldrick’s Foundation