Em todo o mundo, cerca de 300 mil crianças são diagnosticadas com cancro anualmente.
O cancro infantil é uma doença devastadora para as famílias, que acarreta impactos emocionais, psicológicos e financeiros que tendem a ser insuportáveis.
A doença não discrimina raças, etnias, crenças, ricos e pobres. Mas os países desenvolvidos têm uma vantagem: instalações necessárias para diagnóstico e tratamento precoces, o que não acontece nos países em desenvolvimento, onde o acesso a cuidados de saúde de qualidade é inexistente ou limitado.
O resultado? Nos países desenvolvidos, 80% das crianças e adolescentes diagnosticados com cancro sobrevivem; por outro lado, 90% das mortes por cancro infantil ocorrem nos países mais pobres.
No Bangladesh, por exemplo, a incidência de cancro infantil está a aumentar rapidamente. Do número total de pessoas que sofrem desta doença, 4% são crianças e adolescentes.
O diagnóstico precoce da doença, seja em adultos ou em crianças, é a chave para salvar mais vidas.
Mas em países pobres, as instalações de saúde são escassas e as poucas que estão disponíveis não são aproveitadas da melhor forma, por falta de consciência, recursos e informação.
Um relatório realizado no Bangladesh aferiu que, todos os dias, entre 4 a 5 novos pacientes procuram tratamento no departamento de oncologia pediátrica do National Cancer Research Institute.
Em 1 500 crianças diagnosticadas com cancro no Bangladesh, quase metade desiste imediatamente do tratamento, a outra metade desiste após alguns meses; no total, apenas cerca de 200 pacientes continuam o tratamento.
A principal razão para este abandono? O status financeiro da maioria das famílias, que não permite que estas suportem os altos custos dos tratamentos.
Para além disso, no total, existem entre 15 a 20 especialistas em oncologia pediátrica no Bangladesh, pelo que não é de admirar que o acesso a diagnósticos adequados ou a um atendimento de qualidade seja muito complicado.
É necessário expandir as instalações de tratamento mais recentes e incentivar mais médicos a serem treinados em métodos avançados de tratamento.
Por todas as crianças com cancro.
Fonte: The Financial Express