Quando Kristin Bowden e o seu marido descobriram que a sua filha Lula, na altura com 3 anos, tinha cancro infantil, o choque apoderou-se deles.
“Quando a palavra ‘cancro’ saiu da boca do médico, eu não tive reação. Ajoelhei-me e chorei…”, conta Kristin.
“Nós nunca pensamos que isto nos pode acontecer a nós. Achamos sempre que estas histórias acontecem aos outros. É uma realidade que não nos toca”.
Para dar esperança a outras pessoas que enfrentam um diagnóstico de cancro infantil, Kristin, que é fotógrafa profissional, começou a tirar fotografias da jornada de Lula.
“Queria poder partilhar a nossa história para dar esperança a outras pessoas. Queria que elas percebessem que, mesmo nas batalhas mais difíceis, há sempre uma luz ao fundo do túnel. Nunca podemos perder a esperança”.
Lula começou a mostrar sintomas de que algo de errado se passava em março de 2020; nessa altura, por pensar que a sua filha estava com uma gripe ou “no máximo, com uma infeção renal ou uma apendicite”, Kristin dirigiu-se ao hospital mais próximo.
“Nunca imaginei que, após alguns exames, o diagnóstico fosse aquele…”
Lula foi diagnosticada com um tumor de Wilms, em estágio 2.
“Disseram-nos logo que Lula ia precisar de ser submetida a uma cirurgia para remover o tumor e o rim. Mas isso não seria suficiente”.
Após uma complicada cirurgia, Lula fez 18 rondas de quimioterapia em apenas 22 semanas.
Quando, devido aos tratamentos, a menina começou a perder os seus cabelos, o seu irmão Kohen, de 8 anos, também quis rapar o seu cabelo como força de dar força a Lula.
“Ele não sabia o que fazer parar apoiar a irmã. Foi um momento lindo, arrepiante.”
Esse momento foi capturado por Kristin. Nas fotografias é possível ver Lula, com a cabeça rapada, a rapar o cabelo ao seu irmão.
“O Kohen é um anjo. Ele tem sido um pilar para nós. Ajuda-nos em tudo, a mim, ao pai e à irmã. É uma luz que nós temos. Ele nem pensou duas vezes quando decidiu rapar o cabelo para que a Lula não fosse a única carequinha em casa. Ele faz tudo para a proteger. É um irmão-galinha, sempre muito protetor”.
Atualmente, Lula já completou os seus tratamentos. Hoje, a criança de 4 anos está em remissão, mas, durante os próximos 4 anos, continuará a fazer exames trimestrais para monitorizar a sua saúde.
“A minha filha é uma campeã”.
Recentemente, Kristin partilhou uma publicação onde se vê o progresso que a menina tem feito nestes últimos meses. A mensagem? “Nunca perca a esperança”.
Se antes do diagnóstico de Lula, a vida de Kristin nunca tinha sido afetada pelo cancro, hoje, esta mãe tornou-se uma ativista da consciencialização para o cancro infantil.
“Quero continuar a contar a nossa história, e a de outras famílias afetadas por esta doença”, diz.
“O cancro ensinou-me a nunca tomar nada como garantido. Do nada, uma notícia chega-nos e abala-nos o mundo. Mas hoje, sinto-me uma abençoada e é nisso que tento focar-me”.
Fonte: Today