Em Portugal, a cada ano há mais 20 mil sobreviventes de cancro, taxa que tem aumentado muito nos últimos anos.
Os últimos dados apontam que, atualmente, existem entre 350 mil a 400 mil sobreviventes de cancro em Portugal – uma população que se considera livre da doença 5 anos após o diagnóstico – e que cresce a um ritmo de 15 mil a 20 mil por ano.
Carlos Oliveira, presidente do núcleo regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), explica que as estimativas atuais têm por base a incidência de há 20 anos, altura na qual se estimava que existiriam 250 mil pessoas nesta situação.
O médico justifica a elevada taxa de sobreviventes com o aumento da incidência da doença e uma evolução na taxa de sobrevivência.
Para Nuno Miranda, coordenador do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, os sobreviventes poderão estar mesmo na ordem dos 400 mil, mas os números exatos apenas poderão ser contabilizados com a implementação do Registo Oncológico Nacional, atualmente em criação.
O especialista aponta a falta de rigor das estimativas, algo que o Registo Oncológico Nacional deverá ajudar a resolver, e indica que, em termos gerais, há cerca de 25 mil mortes e 50 mil novos casos por ano em Portugal.
Nuno Miranda sublinha ainda que muitos sobreviventes terão que enfrentar os efeitos da quimioterapia e da radioterapia a longo prazo, o que considera ser “o preço do nosso sucesso.”
Atualmente, o termo sobreviventes é aplicado aos doentes que se mantêm livres da doença 5 anos após o diagnóstico mas, para o presidente da LPCC, Vítor Veloso, este prazo deveria ser alargado a 10 anos.
E porque são muitos os problemas com que se debatem estes sobreviventes ao longo da vida, nomeadamente em termos sociais e laborais, a LPCC tem procurado intensificar a consciencialização e criar um caminho para assegurar os seus direitos, tendo já alterado os seus estatutos para incluir a “defesa dos direitos dos sobreviventes”.
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