Novo teste identifica meduloblastomas agressivos e pode evitar tratamentos desnecessários

Uma equipa de investigadores canadianos desenvolveu uma nova técnica eficaz para identificar os casos mais agressivos de meduloblastoma — o tumor cerebral maligno mais comum em crianças. O teste, simples e de baixo custo, pode ser usado em hospitais de todo o mundo, ajudando a ajustar os tratamentos às necessidades reais de cada criança e a evitar os efeitos secundários duradouros de terapias desnecessárias.

O estudo foi liderado por investigadores da Universidade da Colúmbia Britânica, do BC Cancer e do BC Children’s Hospital (Canadá), e publicado na revista Neuro-Oncology.

O novo método permite detetar a presença de uma proteína chamada MYC, associada aos casos mais agressivos de meduloblastoma, através de uma técnica laboratorial comum chamada imuno-histoquímica (IHC). Esta técnica é usada rotineiramente em laboratórios de patologia e permite obter resultados em apenas um dia — uma alternativa mais rápida e acessível face aos testes genéticos complexos e dispendiosos que são atualmente necessários para classificar o tipo de tumor.

“Mais crianças poderão receber o tratamento certo com base no tipo de tumor, sem depender de equipamentos caros ou esperar semanas por resultados”, explica Poul Sorensen, professor na Universidade da Colúmbia Britânica e investigador no BC Cancer.

Crianças com meduloblastoma recebem normalmente um tratamento semelhante, que inclui cirurgia, quimioterapia e radioterapia. No entanto, a radioterapia, especialmente em crianças mais novas, pode causar problemas graves de desenvolvimento e aprendizagem. Com este novo teste, será possível evitar a radioterapia em casos menos agressivos, e reforçar o tratamento em tumores de alto risco, melhorando a qualidade de vida e as hipóteses de sobrevivência.

A descoberta resulta de uma colaboração entre centros de investigação no Canadá (Vancouver, Toronto, Montreal, Winnipeg, Hamilton e Halifax) e na Alemanha (Heidelberg). Graças à simplicidade e rapidez da técnica, os investigadores acreditam que a sua aplicação clínica pode ser imediata, tornando o tratamento personalizado do meduloblastoma uma realidade global.

Fonte: News Medical

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