Novo teste ao sangue pode melhorar o tratamento de crianças com cancro

Uma equipa de investigadores do Institute of Cancer Research, em Londres (Reino Unido), desenvolveu uma técnica inovadora que pode tornar os tratamentos contra o cancro pediátrico mais eficazes e menos agressivos. O projeto, denominado Stratified Medicine Paediatrics 1 (SMPaeds1), já concluiu a primeira fase e está a ajudar a adaptar os tratamentos às características específicas de cada criança ou jovem.

O foco do estudo esteve nas crianças cujo cancro regressou após o tratamento inicial. Ao longo do projeto, os investigadores analisaram tumores tanto no momento do diagnóstico como no momento da recaída, procurando perceber como o cancro evolui ao longo do tempo.

Um dos maiores avanços foi a utilização de ctADN – pequenas quantidades de ADN libertadas pelas células cancerígenas na corrente sanguínea. Esta técnica permite monitorizar a evolução do tumor de forma menos invasiva, comparando-se à tradicional biópsia de tecido. Em alguns casos, o ctADN conseguiu identificar mutações que não tinham sido detetadas pelas biópsias.

Segundo Sally George, investigadora e oncologista pediátrica no Royal Marsden NHS Foundation Trust, este é o maior estudo até à data que combina ctADN e análise de tecido em crianças com cancro. As conclusões mostram que esta abordagem pode fornecer uma imagem mais completa do tumor, ajudando a perceber por que razão alguns cancros voltam a aparecer e como podem ser combatidos de forma mais eficaz.

A segunda fase do projeto – SMPaeds2 – já está em curso e vai aprofundar o estudo de tumores sólidos e cancros do sangue em crianças e jovens, incluindo cancros no cérebro, músculos e ossos. O objetivo é continuar a desenvolver novos testes e ferramentas que permitam tratamentos mais precisos, com menos efeitos secundários.

Este trabalho é financiado pelo Children with Cancer UK e pelo Cancer Research UK (Reino Unido), que destacam o impacto potencial desta investigação: melhorar a resposta ao tratamento e aumentar as hipóteses de uma vida longa e saudável para as crianças com cancro.

Fonte: News Medical

Este artigo foi úlil para si?
SimNão
Comments are closed.
Newsletter