Novo teste ao ADN pode permitir diagnóstico mais rápido de infeções fúngicas em crianças com cancro

0 Este método, baseado na deteção de ADN fúngico, poderá no futuro tornar-se o diagnóstico mais rápido, preciso e menos invasivo.

Todos os anos, cerca de 150 crianças são diagnosticadas com leucemia nos Países Baixos. Durante os tratamentos intensivos, o sistema imunitário fica comprometido, tornando-as mais vulneráveis a infeções. Quando surge febre e os antibióticos não são eficazes, uma infeção fúngica pode ser a causa. Estas infeções são complicações sérias que podem atrasar ou interromper o tratamento.

Atualmente, o diagnóstico exige, muitas vezes, uma lavagem broncoalveolar sob anestesia, um procedimento desconfortável e que nem sempre dá resultados conclusivos. Para tentar resolver este desafio, os investigadores testaram uma nova abordagem: detetar fragmentos de ADN de fungos no líquido da lavagem pulmonar e no sangue.

A equipa, que inclui especialistas do grupo Tissing e do grupo Tytgat no Princess Máxima Center, aplicou técnicas avançadas de sequenciação e bioinformática para identificar ADN fúngico no meio de milhões de fragmentos de outras origens. Num grupo inicial de sete crianças com suspeita de infeção, foi possível detetar Aspergillus fumigatus no sangue e na lavagem pulmonar. Em cinco casos, o ADN fúngico estava presente também no sangue, abrindo caminho para um teste menos invasivo e mais tolerável.

O estudo foi publicado na revista npj Genomic Medicine.

Segundo Louis Bont, pediatra-infecciologista no Wilhelmina Children’s Hospital e responsável pela investigação em doenças infeciosas no Princess Máxima Center, este novo teste poderá permitir decisões mais informadas no tratamento com antifúngicos, evitando medicação desnecessária e os seus efeitos secundários.

Os investigadores esperam agora alargar este método a outros tipos de fungos. “Estamos no início, mas este estudo mostra que pode funcionar”, afirmou Emmy Wesdorp, bioinformática envolvida no projeto. O objetivo final é criar um teste diagnóstico de amplo uso e com baixo impacto para as crianças com cancro.

Fonte: Princess Máxima Center

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