Novo Plano de Ação para as Doenças Raras foca-se na integração de cuidados e inovação

O Ministério da Saúde recebeu oficialmente o Plano de Ação para as Doenças Raras 2025-2030, um documento estratégico que visa melhorar o acompanhamento e qualidade de vida das pessoas que vivem com doenças raras ou ultra raras em Portugal. Este plano foi elaborado por um grupo de trabalho intersectorial e apresentado no Dia Mundial das Doenças Raras.

Uma estratégia centrada na pessoa com doença rara

O novo plano define um modelo integrado de cuidados e assenta em quatro pilares fundamentais:

    • Centros especializados para um acompanhamento mais eficaz;
    • Registo e codificação adequados, incluindo a implementação do Registo de Saúde Eletrónico único;
    • Investigação clínica e de translação, promovendo inovação terapêutica;
    • Formação para profissionais e apoio às famílias, permitindo uma melhor gestão da doença.

O plano prevê também a criação de um Conselho de Jovens com Doença Rara e uma estrutura de monitorização e acompanhamento, garantindo a avaliação contínua das medidas implementadas.

Dez passos para melhorar o percurso do doente

O plano traça um percurso estruturado para as pessoas com doença rara, desde os primeiros sinais até ao acompanhamento contínuo. Entre as medidas previstas estão:

    • Diagnóstico precoce e estudo genético;
    • Referenciação para equipas multidisciplinares;
    • Suporte em saúde mental;
    • Acesso equitativo a terapêuticas inovadoras;
    • Consulta de impasse diagnóstico para casos sem confirmação clínica;
    • Uso de telemedicina para facilitar o acompanhamento;
    • Transição estruturada dos cuidados pediátricos para os de adulto.

Cooperação nacional e europeia

O plano reforça a necessidade de um trabalho em rede entre centros de referência nacionais, instituições de proximidade e as redes europeias de referência para doenças raras. Defende ainda a implementação dos códigos ORPHA, utilizados na plataforma europeia Orphanet, para um registo mais rigoroso e uniforme das doenças raras.

A investigação e inovação são outros eixos fundamentais, incluindo a promoção de ensaios clínicos e o desenvolvimento de terapias personalizadas. Além disso, a formação contínua para profissionais de saúde e cuidadores será uma prioridade.

Um compromisso nacional e europeu

A complexidade das doenças raras exige um esforço conjunto entre governo, profissionais de saúde, associações de doentes e a sociedade civil. Este plano representa uma oportunidade única para criar um modelo integrado e sustentável de cuidados, com o apoio da Comissão Europeia, que tem vindo a intensificar o seu interesse na área das doenças raras.

Fonte: SNS

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