Pesquisadores do Hospital de Pesquisa Infantil St. Jude, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo método estatístico que mostrou que as doenças cardiovasculares relacionadas com a terapia contra o cancro infantil têm efeitos secundários a longo prazo sobre as crianças que sobrevivem a um linfoma Hodgkin.
A pesquisa revela que estas crianças não só têm mais problemas cardiovasculares do que os adultos que não tiveram cancro na infância, como estes são mais graves.
A equipa criou um método estatístico designado por “carga cumulativa” para capturar melhor a distribuição e magnitude da doença crónica em sobreviventes de cancro infantil.
Os dados mostraram que as 50 anos de idade, os sobreviventes de um linfoma de Hodgkin tinha mais do que o dobro dos problemas cardiovasculares do que os adultos que não tiveram cancro na infância.
Os sobreviventes também foram cinco vezes mais propensos a ter doenças cardíacas graves, fatais ou com risco de vida.
A pesquisa publicada na revista The Lancet Oncology deve abrir caminho a novos esforços para reduzir e gerir melhor os efeitos tardios do tratamento do cancro.
“Com as taxas de cura do cancro pediátrico em máximos históricos, a questão que se coloca e qual o legado para a cura? Estamos a fazer um trabalho melhor em manter os pacientes vivos, mas inferior na abordagem das doenças crónicas que são, por vezes, o preço a pagar pela cura”, revela o primeiro autor do estudo, Nickhill Bhakta.
O método deve ajudar os pesquisadores a melhorar as orientações de rastreio de saúde para os sobreviventes e a criar melhores ensaios clínicos destinadas a manter elevadas taxas de cura reduzindo, ao mesmo tempo, os efeitos tardios do tratamento.
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