Um novo estudo poderá levar ao desenvolvimento de tratamentos mais eficazes para o meduloblastoma, um tipo de cancro pediátrico agressivo. O meduloblastoma é uma doença complexa com muitas causas genéticas diferentes, o que torna impossível uma abordagem única para o seu tratamento.
“Infelizmente, muitos pacientes com certas formas de meduloblastoma não respondem bem ao tratamento. Este estudo é fundamental para nos ajudar a começar a compreender como o meduloblastoma funciona a nível genético e celular, para que os pacientes possam ser tratados e novas terapias possam ser desenvolvidas em função disso”, afirmou John Prensner, um dos autores do estudo.
A investigação, de cientistas do Centro Princess Máxima de Oncologia Pediátrica, nos Países Baixos, foi feita com base na avaliação de vários grupos de pacientes, alguns dos quais experimentaram a forma mais agressiva deste tipo de tumor e tiveram os piores resultados.
Muitos desses pacientes tinham fatores biológicos e genéticos que exacerbaram os seus cancros, incluindo o oncogene MYC.
Os cientistas levantaram uma nova hipótese sobre como o MYC poderia estar a funcionar neste tipo de tumor e como isso poderia estar implicado neste cancro.
“A grande questão que colocámos foi: e se o MYC estiver a desempenhar funções importantes para além do que sabemos sobre os genes que influenciam essas células cancerígenas?”, disse Prensner.
Damon Hofman, outro autor do estudo, acrescentou: “Pela primeira vez, identificámos e estudámos o papel das microproteínas essenciais no meduloblastoma”.
“A microproteína ASNSD1-uORF parece ser essencial para as células cancerígenas MYC. O facto destas pequenas proteínas anteriormente negligenciadas serem tão importantes para a sobrevivência deste tipo de células cancerígenas é fascinante e sublinha a importância de expandir a investigação sobre outros cancros infantis”, destacou o investigador.
Com uma maior compreensão do MYC e de outros fatores genéticos, biológicos e celulares, os clínicos podem então compreender melhor o tumor e atuar de forma mais eficaz nestes cancros.
Os resultados desta investigação poderão apoiar o desenvolvimento de terapias que tenham como alvo o processo molecular que permite o crescimento das células cancerígenas, concluíram os autores do estudo, publicado na revista Molecular Cell.
Fonte: News Medical