Novas descobertas sobre tratamento de leucemia rara

Um estudo do Hospital Infantil de Los Angeles, nos Estados Unidos, pode ter feito descobertas importantes sobre qual a melhor abordagem terapêutica para um tipo de leucemia rara e agressiva chamada leucemia aguda de fenótipo misto.
A investigação analisou uma síntese quantitativa de 20 anos de literatura científica e descobriu que, em pessoas com a doença, iniciar o tratamento com um regime 
menos tóxico está associado a benefícios claros para alcançar a remissão e possivelmente para a sobrevivência a longo prazo. 
Os resultados foram publicados na Leukemia
A leucemia aguda de fenótipo misto é responsável por 2 a 5% dos casos de leucemia e tem sido historicamente difícil de tratar, com taxas de sobrevivência a cinco anos inferiores a 50%. A doença afeta crianças e adultos e contém características de duas formas mais comuns de leucemia: leucemia linfoblástica aguda e leucemia mieloide aguda.
Normalmente, os médicos têm de decidir se tratam pacientes com terapia para leucemia linfoblástica aguda ou terapia para leucemia mieloide aguda, ou com um tratamento híbrido de ambas as abordagens. O problema é que não existe um consenso claro sobre qual abordagem é a melhor.
“Como esta doença é tão rara, não existem testes clínicos com milhares de pacientes para definir a melhor terapia; pelo contrário, temos muitos relatos de casos pequenos, isolados e frequentemente conflituantes”, disseram os investigadores, que classificam a difusão de artigos sobre esta doença como “desarticulada”.
Para compreender melhor a pesquisa disponível e fornecer orientações mais claras sobre o tratamento, a equipa deu início à primeira revisão sistemática e meta-análise de estudos observacionais sobre leucemia aguda de fenótipo misto, tendo pesquisado entre mais de 17 estudos publicados, e reduzido a lista a 252 artigos relevantes de 33 países que cobriam 1 499 pacientes. A revisão incluiu estudos da Organização Mundial da Saúde.
A principal descoberta foi que os pacientes tratados inicialmente com terapia para a leucemia linfoblástica aguda, uma terapia significativamente menos tóxica, tinham três a cinco vezes mais probabilidade de alcançar a remissão completa do que os pacientes tratados com a terapêutica usada em casos de leucemia mieloide aguda.
Os pacientes que começaram com a quimioterapia para leucemia linfoblástica aguda também tiveram duas vezes maior probabilidade de sobreviver; contudo, esse benefício só foi encontrado em estudos que relatavam os resultados dos pacientes como um grupo. 
Em estudos que relataram resultados individuais de pacientes, a sobrevivência foi semelhante em ambos os grupos, uma discrepância que se mantém por explicar. 
Contudo, os pacientes que receberam terapia híbrida tiveram o pior resultado.
“Esta investigação mostrou que deverá ser mais benéfico para pacientes com leucemia aguda de fenótipo misto serem tratados com a terapia usada em pacientes com leucemia linfoblástica aguda, pois esta terapia mostrou-se melhor em todas as frentes, desde a remissão até à sobrevivência global”, disseram os autores do estudo. 
O próximo passo será fazer um teste clinico, de larga escala, que investigue mais detalhadamente esta doença rara. 
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