Dois anticorpos monoclonais, designados por anti 4-1BB e anti CD40, estão a ser desenvolvidos por investigadores da Universidade de Southampton, no Reino Unido, a fim de gerarem potenciais tratamentos na luta contra um tipo de cancro pediátrico, o neuroblastoma – tumor que cresce a partir de tecido não desenvolvido do sistema nervoso.
Além dos dois anticorpos, a equipa de cientistas está ainda a investigar um terceiro, o anti CTLA-4. A pesquisa visa a criação de compostos capazes de impulsionarem a resposta imunitária do organismo na luta contra o cancro, através da ativação de diferentes moléculas.
Num artigo publicado na edição deste mês da revista Clinical Cancer Research, os cientistas relatam que os primeiros resultados em laboratório dão conta de uma redução dos tumores na ordem dos 40% a 60%, além de um aumento significativo nas taxas de sobrevivência a longo prazo.
Juliet Gray, professora de Oncologia Pediátrica e cientista da Cancer Research UK, ressalva que a pesquisa está ainda numa fase pré-clínica, pelo que serão necessários mais estudos para perceber de que forma estes anticorpos atuam, a fim de desenvolver um tratamento imunoterápico contra o neuroblastoma.
A especialista recorda que os tratamentos de imunoterapia podem vir a tornar-se uma nova opção de tratamento vital para as crianças que não respondem bem à quimioterapia convencional.
Martin Glennie, chefe do Departamento de Ciências Oncológicas da Universidade de Southampton, e coautor do estudo, sublinha que o trabalho está agora focado nestes primeiros resultados, que poderão ajudar a desenvolver um tratamento imunoterápico pioneiro para o cancro infantil.
“A próxima etapa do nosso trabalho passa por avaliar se o tratamento é eficaz e seguro para crianças e também procurar entender de que forma estes anticorpos podem ser utilizados em combinação com outros tratamentos para maximizar o seu efeito”, sublinha Martin Gleenie.
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