Um estudo conjunto do Colégio Médico de Weill Cornell e da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, permitiu identificar uma forma de ultrapassar a resistência de um tipo de leucemia à terapêutica padrão, através da combinação do composto experimental RI-BPI, com o fármaco Gleevec.
Estudos com células em laboratório e animais mostram a erradicação completa das células-tronco da leucemia linfoblástica aguda (LLA). Este tipo de leucemia contém o cromossoma Philadelphia, que também é encontrado na leucemia mielóide crónica (LMC).
Num artigo publicado na revista Nature, o investigador principal do estudo mostrou-se satisfeito com os resultados obtidos com a combinação das duas substâncias, lembrando que a capacidade do composto RI-BPI em aumentar a potência dos fármacos utilizados na terapia padrão contra a LLA pode antever resultados semelhantes noutros tipos de tumor.
O composto em causa, desenvolvido no Colégio Médico de Weill Cornell, tem como alvo o factor de transcrição BCL6, um regulador de centenas de genes que fornece sinais de forte crescimento para, por exemplo, as células do Linfoma Não-Hodgkin.
O estudo revelou que a BCL6 também está presente na LLA e a sua acção é impulsionada pelo cromossoma Philadelphia, embora a mesma possa ser bloqueada através de uma terapia conjunta de RI-BPI e Gleevec.
Testes com animais mostraram que a BCL6 atinge as células-tronco que dão origem à LLA, impulsionando o seu desenvolvimento e progressão. Os resultados obtidos permitem aos especialistas antever uma forma de eliminar a resistência das células de LLA ao fármaco Gleevec, melhorando significativamente a capacidade de recuperação dos doentes.
O investigador principal do estudo lembra que a descoberta é importante, no sentido em que confirma o papel fundamental de determinadas proteínas na sobrevivência das células tumorais, pelo que defende que, assumindo como alvo estes mecanismos, será possível erradicar o cancro.
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