Um projeto do Hospital Pediátrico Ann & Robert H. Lurie de Chicago (EUA), para desenvolver um diagnóstico de precisão de tumores cerebrais em crianças, recebeu um financiamento de 3,7 milhões de dólares através do programa Cancer Moonshot Scholars do Instituto Nacional do Cancro dos Estados Unidos. Este projeto vai ser o primeiro a aplicar uma tecnologia de teste molecular chamada mapeamento genómico ótico (Optical Genome Mapping – OGM). Este método inovador promete diagnósticos mais rápidos e abrangentes, permitindo tratamentos personalizados com base nas alterações genéticas que impulsionam o crescimento dos tumores. Caso tenha sucesso, esta nova abordagem poderá ser implementada como teste clínico após cinco anos de estudo.
Segundo Miriam Bornhorst, investigadora principal e neuro-oncologista no Hospital Lurie Children’s, o OGM é uma tecnologia capaz de identificar variantes estruturais, ou seja, alterações de grande escala nos longos segmentos de ADN que afetam a sua função. Atualmente, os testes genómicos em tumores cerebrais concentram-se em pequenas alterações dentro de genes individuais. Com esta nova tecnologia, vai ser possível identificar mudanças mais amplas nos genes e nas regiões circundantes, resultando em diagnósticos mais completos e tratamentos mais precisos.
Teste inovador mais eficaz no diagnóstico
Um dos aspetos mais promissores do OGM é a sua capacidade de fornecer informações sobre tumores cerebrais que não podem ser identificadas através do sequenciamento genético convencional. Dados preliminares de Bornhorst indicam que cerca de 30% dos pacientes, cujos testes genéticos clínicos não revelaram alterações, apresentaram variantes estruturais potencialmente relevantes quando analisados com OGM. Este estudo vai incluir a análise de pelo menos 1.500 amostras de tumores cerebrais ao longo de cinco anos, sendo 200 delas examinadas em “tempo real” para avaliar a eficácia da tecnologia como teste clínico. As restantes amostras serão usadas para descobrir novos padrões de variantes estruturais em tumores cerebrais pediátricos.
Este projeto é mais um passo na procura por diagnósticos mais precisos e tratamentos personalizados para tumores cerebrais pediátricos, abrindo novas possibilidades para compreender e combater estas doenças complexas.
Fonte: News-medical.net