Nova portaria define cuidados intra-hospitalares paliativos dedicados às crianças

Acaba de ser publicada a Portaria 66/2018, de 6 de março, que determina que “As instituições hospitalares integradas no Serviço Nacional de Saúde, com Serviço ou Departamento de Pediatria, devem constituir uma EIHSCP-Pediátrica, dimensionada às caraterísticas e necessidades locais, que pode prestar cuidados diretos e orientação na execução do plano individual de cuidados às crianças e jovens em situação de doença crónica complexa e suas famílias, para as quais seja solicitada a sua intervenção.”
Estas EIHSCP-P (Equipas Intra Hospitalares de Suporte em Cuidados Paliativos – Pediátricas) devem integrar, no mínimo, profissionais das áreas de medicina, enfermagem, serviço social e psicologia, todos com formação específica em cuidados paliativos, e deverão funcionar em articulação com as equipas assistenciais primárias e com as restantes equipas e unidades da Rede Nacional de Cuidados Paliativos, assim como da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. 
Portugal torna-se assim um dos primeiros países do mundo a colocar na letra da lei a instituição destas equipas, uma prioridade para o adequado acompanhamento da crescente realidade das crianças medicamente complexas e suas famílias.
De entre estas destacam-se as crianças com cancro, indo as recomendações atuais no sentido da integração, cada vez mais precoce, da oncologia com os cuidados paliativos pediátricos. Nesta área é essencial que todos os profissionais tenham formação pelo menos básica em cuidados paliativos pediátricos, com ênfase nas questões na comunicação, tomada de decisão, planeamento de cuidados e controlo de sintomas.
As Unidades de Oncologia Pediátrica nacionais têm aqui sido pioneiras. Com efeito, a primeira equipa nacional, criada em 2005, foi a Equipa Multidisciplinar de Cuidados Continuados e Paliativos do Serviço de Pediatria do IPO de Lisboa, seguida dois anos mais tarde pela equipa do IPO do Porto.

Texto Redigido por Ana Lacerda, Pediatra no Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa e Presidente do Conselho de Curadores da Fundação Rui Osório de Castro
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