Um estudo de laboratório inovador indica que o bloqueio da formação de um complexo de proteínas cancerígeno nas células do sangue poderia combater um tipo de leucemia mortal nas crianças e nos adultos.
Stephen D. Nimer, diretor do Centro de Compreensão em Cancro Sylvester, nos Estados Unidos, ressalva que, “ao lançar uma nova luz sobre as interações proteína-proteína que levam à leucemia mieloide aguda (LMA), o nosso estudo aponta para uma potencial estratégia terapêutica”.
A pesquisa, que junta ainda investigadores das universidades de Miami e Rockefeller e do Centro de Cancro Memorial Sloan-Kettering e do Colégio de Medicina Weill Cornell, foi publicada online na revista Nature.
Os autores do estudo avaliaram, durante mais de uma década, a proteína AML1-ETO – que atua como oncogene, estimulando o crescimento de células da leucemia – e dizem-se agora preparados para “interromper a progressão da ALM1-ETO no desenvolvimento da leucemia, uma descoberta fundamental que ajudará no desenvolvimento de futuras terapias”.
O oncogene ALM1-ETO tem preferência por se deslocar em complexos proteicos, o que lhe permite atrair e ligar outras proteínas. Em conjunto, estes complexos podem bloquear a formação de células sanguíneas saudáveis e contribuir para o desenvolvimento de novos casos de leucemia aguda.
A grande conclusão deste estudo mostra que “a prevenção do complexo AML1-ETO de 'recrutamento' de outras proteínas impede a progressão da leucemia”, ressalvam os cientistas.
Os autores sublinharam que as conclusões surgem quase 20 anos depois do oncogene AML1-ETO ter sido isolado pela primeira vez em laboratório, destacando que “a sua bioquímica é tão complexa que levou décadas para que pesquisadores de todo o mundo pudessem reunir as informações que poderiam levar ao desenvolvimento de uma terapia-alvo para este tipo de leucemia”.
Os cientistas explicam ainda que uma estratégia de “bloqueio” semelhante já foi desenvolvida para combater o linfoma, embora ainda não seja amplamente usada no tratamento da doença.
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