Investigadores do Baylor College of Medicine (EUA), Texas Children’s Hospital (EUA) e Hospital for Sick Children (Canadá) identificaram um grupo de células estaminais que desempenha um papel crucial no desenvolvimento e crescimento do meduloblastoma do Grupo 3 (Gr3-MB), um dos tipos mais agressivos de cancro pediátrico do cérebro.
Um alvo promissor para o tratamento
O estudo, publicado na Cell, revelou que estas células estaminais cancerígenas se localizam numa região específica do cérebro em desenvolvimento e comunicam com os vasos sanguíneos do tumor, criando um ambiente favorável ao seu crescimento. Esta característica é única nos tumores Gr3-MB e não está presente noutros tipos de meduloblastoma.
A equipa testou uma nova estratégia: em vez de atacar todo o tumor, focaram-se apenas na eliminação destas células estaminais cancerígenas. Em modelos laboratoriais, esta abordagem levou à redução do tumor.
Imunoterapia com células CAR T
Os investigadores usaram terapia com células CAR T, uma estratégia inovadora onde as células do sistema imunitário são modificadas para reconhecer e destruir células cancerígenas. Neste caso, as células foram programadas para atacar uma proteína específica (protogenina) presente nas células estaminais do Gr3-MB.
Os primeiros resultados mostraram-se promissores, sugerindo que eliminar este pequeno grupo de células pode ser um caminho eficaz para travar o crescimento do tumor.
Além disso, o estudo indica que bloquear o suporte dos vasos sanguíneos que alimentam estas células pode ser outra opção terapêutica, que será explorada em investigações futuras.
Este avanço poderá representar uma nova esperança no tratamento do meduloblastoma do Grupo 3, uma forma agressiva de cancro pediátrico associada a baixa taxa de sobrevivência e risco elevado de metastização.
Fonte: Baylor College of Medicine