De acordo com um estudo publicado na JAMA Neurology, os sobreviventes de cancro infantil apresentam, frequentemente, anomalias clínicas atribuíveis à neuropatia periférica.
Investigadores da Universidade de New South Wales, na Austrália, recrutaram sobreviventes de cancro que foram tratados com quimioterapia para malignidade extracraniana antes dos 17 anos de idade e compararam estes pacientes com controlos saudáveis de acordo com a sua idade.
Ao todo, 169 pacientes preencheram os critérios de inclusão; 121 sobreviventes de cancro infantil foram submetidos a avaliações de neurotoxicidade numa mediana de 8,5 anos após a conclusão dos tratamentos e foram incluídos nas análises.
Os investigadores descobriram que os principais agentes neurotóxicos eram agentes anti-neoplásicos citotóxicos e compostos de platina.
Anomalias clínicas consistentes com neuropatia periférica eram comuns e foram observadas em cerca de metade dos pacientes tratados com quimioterapia neurotóxica; essas anomalias correlacionaram-se com a neuropatia axonal sensitiva de membros inferiores.
Para além de déficits funcionais na destreza manual, sensação distal e equilíbrio, foi ainda observada uma associação entre os resultados relatados pelos pacientes, demonstrando redução na qualidade de vida global e no funcionamento físico.
A neurotoxicidade a longo prazo foi mais frequentemente observada com a cisplatina do que com os agentes anti-neoplásicos citotóxicos.
“As anomalias clínicas atribuíveis à neuropatia periférica foram comuns em sobreviventes de cancro infantil e persistiram a longo prazo”, concluíram os investigadores.
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