Neuroblastoma: taxas de sobrevivência têm vindo a aumentar

Apesar de, nos últimos anos, a taxa de incidência do neuroblastoma ter vindo a aumentar, um estudo realizado pelo Princess Máxima Center for Pediatric Oncology, na Holanda, mostrou que, felizmente, as taxas de sobrevivência também têm vindo a sofrer um acréscimo.

O aumento das duas taxas verificou-se, maioritariamente, em pacientes de alto risco, ou seja, crianças com mais de 18 meses diagnosticadas com um neuroblastoma em estágio 4.

No início dos anos 90, apenas 6% das crianças com neuroblastoma de alto risco sobreviviam 5 anos após o diagnóstico; hoje em dia, essa percentagem é de cerca de 43%.

“O prognóstico para pacientes com neuroblastoma de alto risco melhorou significativamente”, disse Michelle Tas, uma das autoras do estudo, juntamente com Ardine Reedijk.

Publicado na revista European Journal of Cancer, o estudo mostrou que a introdução de uma alta dose de quimioterapia seguida de transplante autólogo de células estaminais e de imunoterapia foram os principais responsáveis ​​pelo aumento das taxas de sobrevivência.

As investigadoras usaram dados do Dutch Cancer Registry (NKR), uma base de dados que recolhe, desde 1990, informações de todo o país.

Além de um melhor prognóstico, as cientistas descobriram que mais crianças foram diagnosticadas com neuroblastoma nas últimas décadas; anualmente, entre 1990 e 1994, foram diagnosticadas com neuroblastoma, na Holanda, cerca 20 crianças; entre 2010 e 2014, esse número aumentou para 26 casos.

“O aumento é mais proeminente num grupo muito específico: crianças com neuroblastoma de alto risco, em estágio 4, com idades acima dos 18 meses”, disseram as investigadoras.

Até ao momento, o aumento da incidência permanece inexplicável.

Influências concebíveis, como modernas ferramentas de diagnóstico e um melhor registo de tumores, foram incorporadas na análise. No entanto, nenhum deles explicou o aumento.

“Esse é um pormenor extremamente frustrante. Acreditamos ser possível que um estilo de vida ocidental ou fatores ambientais contribuam para o aumento da incidência. No entanto, não temos uma indicação de quais fatores desempenham qual papel”, lê-se no estudo.

“Felizmente, no final o resultado é positivo, uma vez que cada vez mais crianças sobrevivem a esta doença. Isso deve-se ao investimento que nós, oncologistas e investigadores, temos feito ao nível de novos métodos de tratamento e no ajuste das estratégias mais eficazes”.

Fonte: Eurekalert

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