Uma investigação realizada pela Universidade de Lund, na Suécia, pode ter descoberto um novo, e promissor fármaco para o tratamento do neuroblastoma, um tipo de cancro do sistema nervoso que surge com mais frequência nas glândulas suprarrenais.
Considerado como “bastante agressivo”, o neuroblastoma pode ser muito difícil de tratar, sendo seu prognóstico reservado, mesmo apesar de as crianças diagnosticadas com esta doença serem tratadas com quimioterapia intensiva.
Mas agora, de acordo com a revista Science Translational Medicine, cientistas afirmam terem identificado e testado um medicamento que se mostrou muito eficaz contra o neuroblastoma.
“Inicialmente realizámos uma triagem de fármacos em grande escala, onde examinámos a forma como mais de 500 medicamentos afetaram as células do neuroblastoma de pacientes pediátricos”, disse a autora do estudo, Karin Hansson, ao mesmo tempo que ressalvou que “a maioria destes medicamentos nunca havia sido usada em pacientes com neuroblastoma”.
Após esta primeira triagem, os cientistas redigiram uma “lista resumida” dos medicamentos mais eficazes.
Um deles foi o chamado inibidor KSP; este pormenor foi “particularmente interessante” porque, de uma forma geral, pacientes com alta proporção de proteína KSP possuem uma variante mais agressiva do neuroblastoma, algo que é sinónimo de um pior prognóstico.
Quando os investigadores trataram ratos com neuroblastoma com este fármaco, observaram que o inibidor KSP evitou o crescimento do tumor e prolongou drasticamente a sobrevivência dos animais.
“Em alguns casos, o tumor desapareceu completamente. Os inibidores do KSP bloquearam a proteína nas células tumorais, fazendo com que as células cancerígenas não conseguissem dividir-se, acabando por morrer”.
O inibidor KSP não foi usado anteriormente para o tratamento do neuroblastoma, mas mostrou ser “extra eficaz contra este tipo de cancro”, de acordo com os cientistas.
Por outro lado, “também não afetou as células saudáveis da medula óssea, o que é importante porque os efeitos secundários são um dos grandes problemas decorrentes das terapias contra o cancro infantil”.
De acordo com os cientistas, os resultados foram “muito claros: este tratamento pode vir a ser bastante promissor em crianças diagnosticadas com neuroblastoma”.
“Ainda assim”, alertam, “poderá ser necessário recorrer à combinação deste tratamento com outros medicamentos, de forma a eliminar por completo as células tumorais”.
Fonte: Eurekalert