“Nenhuma criança merece passar por isto”: o testemunho de Stephanie, a mãe de Logan

Em março de 2018, Logan Keys, de apenas 15 anos, faleceu após uma dura batalha contra um osteossarcoma, uma das formas mais comuns de cancro ósseo.

“O meu filho tinha 13 anos quando foi diagnosticado”, recorda a sua mãe, lembrando-se do seu menino “doce, sorridente, que adorava desporto”.

“De um dia para o outro, o Logan começou a queixar-se de dores na perna. Primeiro pensámos que ele tivesse dado um qualquer mau jeito a praticar exercício, mas depois achámos que não, que seriam dores de crescimento”.

Ainda assim, Stephanie e Logan foram ao médico, que confirmou a teoria da mãe – dores de crescimento.

“Mas depois, tudo começou a piorar, inclusivamente a intensidade com que o Logan sentia aquela dor. Deixou de conseguir mexer a perna. Só nessa altura, e depois de muita insistência, é que conseguimos pedir mais exames e perceber que, afinal, o meu filho tinha um osteossarcoma”.

O diagnóstico foi um duro golpe para a família, principalmente para Stephanie, que se deixou, muitas vezes, deixar levar pelas emoções.

“Foi o meu filho que me apoiou. A mim e aos amigos. Era ele que precisava de nós, mas acabou por ser o nosso protetor. Ele estava mais preocupado comigo do que consigo mesmo”, diz Stephanie, que relembra o sorriso do filho.

Logan foi submetido a tratamentos no St. Jude Children’s Research Hospital, um local a que Stephanie estará eternamente grata.

“Quando o meu filho chegou lá, ele já não conseguia andar, tais eram as dores. Mas os médicos e as enfermeiras fizeram tudo o que podiam. No regresso a casa, apesar de continuar doente, o meu filho já conseguia andar, já se conseguia mexer. O tratamento a que ele foi sujeito conseguiu reduzir o tamanho dos tumores o suficiente para que a dor tivesse praticamente desaparecido”.

O lado humano de todos os profissionais foi algo que Stephanie também não se esquece de enaltecer.

“Se o Logan não estivesse a dormir, as enfermeiras ficavam ao pé dele, a falar com ele, a jogar, a ler, a ouvir música. Foram todos incríveis com o meu filho”.

Como a investigação em oncologia pediátrica recebe apenas uma pequena percentagem do financiamento federal, após a morte de Logan, Stephanie dedicou-se a fazer a sua parte para que essa verba aumente.

“Algo tem que mudar. Eu tento aumentar a consciencialização, fazer com que as pessoas percebam que as crianças não devem ser deixadas para trás, que o cancro infantil é tão ou mais agressivo que o cancro em adultos”.

“Não sei bem o que os formuladores de políticas andam a fazer, mas sei que não é suficiente. Não há interesse das farmacêuticas, não há lucro… mas a verdade é que nenhuma criança merece passar por isto”.

Fonte: WBKO

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