Cientistas descobriram que a atividade dos genes provoca movimentos específicos no genoma humano, influenciando diretamente a sua organização e a expressão genética. O estudo, publicado na revista Nature Communications, mostra como o genoma é reorganizado dentro do núcleo celular durante a transcrição – o processo em que os genes são lidos para produzir instruções necessárias ao funcionamento das células.
A equipa liderada por Alexandra Zidovska, física da Universidade de Nova Iorque, revela que o genoma não é estático: os genes ativos provocam uma “agitação” localizada, como se estivessem a “mexer” o ADN. Este fenómeno pode explicar processos importantes na regulação genética e ajudar a compreender melhor doenças como cancro, distúrbios neurológicos e cardiovasculares.
O genoma humano, com dois metros de ADN, está extraordinariamente compactado no núcleo de uma célula, que mede apenas 10 micrómetros. Durante a transcrição, maquinaria molecular aplica forças no ADN para ler a informação genética. Utilizando tecnologias avançadas como o CRISPR e microscopia de alta resolução, os investigadores conseguiram observar ao vivo como os movimentos dos genes mudam conforme estão ativos ou inativos.
Os resultados mostram que:
- Em regiões menos compactadas do genoma, os genes ativos contribuem para a agitação e reorganização local.
- Em regiões muito compactadas, o movimento geral do genoma é dominante e independente da atividade dos genes.
Esta descoberta revela uma nova ligação entre a organização física do genoma e a regulação dos genes, demonstrando que os movimentos do ADN podem ser cruciais para o controlo das suas funções. Segundo Zidovska, entender estas dinâmicas pode ter impacto no estudo de doenças em que os mecanismos de leitura dos genes falham.
Fonte: Eureka Alert