Sarah R. Vaiselbuh e os seus colegas descobriram uma forma de criar um microambiente humano em laboratório que permita estudar o processo de evolução da doença e testar novos tratamentos. Entender o modo como as células de leucemia interagem com o microambiente da medula óssea é a chave para a compreensão da leucemia.
A especialista explica a sua teoria sobre a resistência das células da leucemia à quimioterapia, referindo que estas escondem-se muitas vezes em alguns locais na medula óssea, resistindo ao tratamento, e, assim que o mesmo termina, dão início ao processo de crescimento, saindo da medula óssea e alastrando-se ao resto do corpo.
Para testar esta teoria, os especialistas criaram um nicho de células humanas com leucemia e aplicaram-nas num modelo tridimensional de poliuretano tridimensional (fornecido pela Biomerix Corporation), que imitava a fisiopatologia humana de células leucémicas na medula óssea. As células-tronco mesenquimais criaram um microambiente da medula óssea humana ectópica com células de gordura e vasos sanguíneos. Foram injectadas células humanas infectadas com leucemia no local, para monitorizar o seu comportamento.
Três meses após a injeção, as células da leucemia mielóide cresceram localmente no nicho, mostrando preferência pelo microambiente humano criado, no entanto, ao fim de quatro meses, as células começaram a propagar-se, invadindo a medula óssea, baço e fígado do modelo.
Depois de vários testes, os cientistas chegaram à conclusão que as células de leucemia precisam do microambiente para que possam crescer e desenvolver-se, segundo um artigo publicado na revista Tissue Engineering.
Através deste modelo, os cientistas podem agora identificar novos alvos oncogénicos e novas abordagens terapêuticas.
Deixe um comentário
Tem de iniciar a sessão para publicar um comentário.