Metade dos doentes morre sem acesso a cuidados paliativos

Cerca de metade dos doentes portugueses morre sem ter acesso a serviços de cuidados paliativos, afirmou a Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP).
Luís Capelas, presidente da APCP, explica que o tempo de espera entre a referenciação e o acompanhamento destes doentes é “muito elevado”, ultrapassando os 30 dias. 
“Mais de metade das pessoas morre à espera de cuidados paliativos”, disse o responsável, uma vez que a média de sobrevivência é de sete dias após a referenciação. Os próprios médicos estão a deixar de encaminhar doentes para os cuidados paliativos “porque sabem que o tempo de espera é elevado”, indicou ainda o responsável.
A APCP sublinha também que esse serviço não é considerado prioritário, ou seja, o doente é encaminhado para os cuidados paliativos pela ordem de inscrição e não pelo tempo de vida que lhe resta.
No final de 2014, 844 doentes aguardavam lugar nestes serviços, de acordo com o relatório de monitorização da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCD).
Esses doentes acabam por ser acompanhados pelas equipas intra-hospitalares e comunitárias (que se deslocam aos domicílios), indica a associação. Em 2014, acompanharam 2 531 doentes, enquanto nas unidades de cuidados paliativos foram assistidos 1 827 utentes internados. 
A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos estima que, atualmente, existam cerca de 62 mil doentes terminais no país. 
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