Garrett Matthias, um menino norte-americano de apenas 5 anos, enfrentou o seu cancro de uma maneira única e adotou essa mesma abordagem na sua morte.
A criança, que foi diagnosticada com um cancro terminal em junho deste ano, ajudou a sua família a escrever o seu próprio obituário antes de morrer, no início deste mês.
Garrett foi diagnosticado com um rabdomiossarcoma de fusão alveolar negativo, uma forma rara de cancro, que afetou o seu osso temporal, nervo craniano e ouvido interno, em setembro de 2017. Depois de enfrentar meses de duros tratamentos, a criança acabou por falecer a 6 de julho de 2018.
Nos meses que antecederam a sua morte, os pais de Garrett, Emilie e Ryan Matthias, compareceram a vários funerais, o que levou o menino a questionar-se: “porque é que os funerais são tão tristes? Eu quero ter casas insufláveis no meu”, disse a criança várias vezes à sua mãe.
O casal começou a conversar sobre a morte com o filho depois de terem visto um filme particularmente triste.
“Eu dizia coisas como: 'Quando eu morrer, quero transformar-me numa estrela', e ele respondia-me ‘eu quero ser cremado como aconteceu no filme do Thor, e depois quero transformar-me num gorila'”, recordou Emilie.
Surpreendidos com algumas das frases do filho, os pais começaram a tomar notas sobre a perspetiva única que o menino tinha sobre a sua própria morte.
O resultado será mostrado numa “Celebração da Vida” que acontecerá em homenagem a Garrett, e onde estarão presentes alguns dos pedidos do menino, como as “5 casas insufláveis (porque eu tenho 5 anos), o Batman e cones de gelado”.
Assim como esta celebração, Garrett também ajudou a escrever o seu próprio obituário quando soube que os seus pais estavam a anotar as suas respostas a várias perguntas, incluindo as coisas que ele mais amava, como “brincar com a minha irmã, o meu coelho azul, thrash metal, Legos, os meus amigos da creche, o Batman” e as coisas que ele mais odiava: “calças, o meu cancro estúpido, quando mexem no cateter, agulhas e macacos do nariz”.
Este obituário tocante e único também inclui informações sobre os super-heróis favoritos de Garrett: “o Batman, o Thor, o Homem de Ferro, o Hulk e o Cyborg”, e sobre o que ele queria ser quando crescesse, um boxer profissional.
“Nós tentámos usar as palavras dele e expressar a maneira como ele as dizia. O Garrett era um miúdo único, muito singular, e nós não queríamos que ele tivesse um obituário comum e um funeral muito triste, porque ele não era assim e porque nós já chorámos oceanos de lágrimas nos últimos 9 meses”, explicaram os pais.
No obituário também se fica a saber que Garrett queria que o seu funeral fosse uma “cerimónia simbólica de Asgard”, uma referência ao reino ficcional do super-herói Thor, e que tivesse “fogo de artifício”.
“O Garrett enfrentou e suportou 9 meses de inferno antes de perder a batalha contra o cancro. Durante esse tempo, ele nunca perdeu o seu senso de humor e adorava provocar os médicos e as enfermeiras”, relembraram os pais.
O obituário acaba com um “Vemo-nos depois, otários”, ou “See you later, suckers”, uma mensagem que representa na perfeição a jornada de um menino que “durante a sua curta vida tocou muitos mais corações do que aqueles que nós podemos imaginar”.
Este artigo foi úlil para si?
SimNão
Deixe um comentário
Tem de iniciar a sessão para publicar um comentário.