Investigadores da Universidade de New Southeastern University, nos Estados Unidos, descobriram recentemente que, ao testar o nível de expressão génica do NER (reparo de excisão de nucleotídeos), pode ser determinada a probabilidade de recaída precoce (menos de 3 anos) em pacientes com leucemia linfoblástica aguda.
Esta é uma descoberta importante, pois desta forma os profissionais de saúde poderão vir a orientar-se pelos níveis de expressão do gene NER para adequarem o tratamento aos pacientes infantis.
A leucemia linfoblástica aguda, cujo tratamento melhorou drasticamente devido à evolução dos métodos de determinação de fatores de risco e análise genética, é o cancro infantil mais comum.
As taxas de sobrevivência a 5 anos têm vindo a aumentar substancialmente, de 57% em 1975-1977 para 92% em 2006-2012. No entanto, os atuais regimes de quimioterapia ainda são extremamente debilitantes.
“A nossa pesquisa encontrou uma correlação entre altos níveis de expressão do NER e uma recaída precoce em pacientes pediátricos. Ser capaz de identificar pacientes com o maior risco de recorrência precoce, que os atuais métodos clínicos não conseguem detetar e, em seguida, tratar esses pacientes com uma terapia mais direcionada é crucial para superar o cancro”, explicaram os cientistas.
De acordo com o artigo publicado na revista BMC Medical Genomics, esta é uma descoberta relevante pois, embora a leucemia linfoblástica aguda seja muito mais tratável do que no passado, a taxa de sobrevivência após a recidiva continua a ser reduzida.
Por ser capaz de prever com precisão se o cancro de uma criança é suscetível de voltar, este método também poderá salvaguardar pacientes com baixos níveis de NER de regimes de quimioterapia mais tóxicos.