Manuel Abecassis explica tratamento inovador para leucemia linfoblástica aguda

O Diretor do Departamento de Hematologia do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, Manuel Abecassis, deu uma entrevista à SIC Notícias onde explicou como funciona a imunoterapia. 
Este tratamento inovador, que “permite utilizar as células do sistema imunitário do próprio doente para combater a doença”, foi recentemente aprovado pela Agência Europeia do Medicamento (EMA), para o tratamento da leucemia linfoblástica aguda, um tipo de cancro do sangue e da medula óssea, de progressão rápida e fatal.
Manuel Abecassis esclarece que este tratamento em nada tem a ver com a quimioterapia convencional, servindo quase como um suplemento.
“Este medicamento é como um suplemento, não substitui a quimioterapia convencional, permite é melhorar a estratégia do controlo da doença, particularmente em casos que ou são refratários ou recaíram depois do tratamento com quimioterapia convencional”, disse o Diretor do Departamento de Hematologia do IPO de Lisboa, ao mesmo tempo que reiterou que “a quimioterapia convencional continua a ter um papel fundamental no tratamento das leucemias agudas”. 
Para o médico, o aspeto mais promissor deste novo medicamento, também denominado de anticorpo monoclonal, é que se liga “por um lado aos linfócitos de um doente, e por outro lado tem um recetor que permite ligar esses linfócitos, que têm a capacidade de matar as células leucémicas, a essas mesmas células leucémicas. Ou seja, por um lado liga-se às células de defesa do organismo, por outro liga-se às células leucémicas; pôr em contato uma célula com outra leva à destruição da célula leucémica pelo próprio mecanismo de defesa do organismo.”
Apesar da sobrevida global aumentar dos 4 para os 8 meses, o que segundo Manuel Abecassis “não é nada de muito fantástico”, este medicamento tem a grande vantagem de permitir “a conjugação com outras estratégias, que podem inclusive passar pelo transplante”, obtendo assim “resultados que são, de facto, bastante melhores”. 
O facto de ser um “tratamento substancialmente menos agressivo”, faz com que tenha “efeitos secundários que são distintos dos da quimioterapia”, por não ter a “toxicidade nos órgãos que a quimioterapia tem”.
O pioneiro do transplante de medula óssea em Portugal esclareceu ainda que, apesar de ter sido aprovado pela EMA, o medicamento carece ainda de uma aprovação das “agências reguladoras de cada país”.
No caso de Portugal, será a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) que terá de “avaliar as condições” da utilização deste tratamento, embora afirme já ter “utilizado [este tratamento] com as devidas autorizações do Infarmed em algumas situações particulares”.
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