Manter o positivismo e tentar prosperar: a história de Shane

Qual é a primeira coisa que sobressai após uma conversa com o jovem Shane Callaghan? O seu positivismo.

Este rapaz, natural dos Estados Unidos, encanta todos aqueles que o conhecem, graças à sua atitude otimista e positiva; tudo isto, apesar de, com apenas 15 anos, Shane já ter sido obrigado a ultrapassar grandes adversidades e contratempos, muito por causa do osteossarcoma na perna esquerda que lhe foi diagnosticado, em outubro de 2015.

Quase 1 ano depois, em julho de 2016, Shane foi declarado como estando livre de cancro.

Mas, em março de 2018, o adolescente sofreu uma recidiva; para piorar a situação, a quimioterapia a que foi sujeito deu origem a uma infeção que lhe danificou gravemente os rins.

Por fim, a 1 de abril de 2019, a perna esquerda de Shane foi amputada. Apesar de este ser conhecido como o Dia das Mentiras, esta data foi, na realidade, o dia em que Shane conseguiu salvar a sua vida.

Atualmente, este jovem de 15 anos, só quer fazer aquilo que todos os adolescentes da sua idade fazem: praticar desporto, correr pelo bairro e sair com os amigos. Mas Shane sabe que ainda terá de enfrentar muitos desafios, nomeadamente físicos, para que possa ter a vida com que sonha.

“Sei que é complicado, ainda mais sem uma perna, mas acredito que, quando nos dedicamos a 110%, conseguimos ultrapassar tudo”.

Casey, o pai de Shane, admite que o seu filho sempre foi uma criança muito alegre e feliz; mas, curiosamente, essa sua faceta tem-se revelado ainda mais forte desde que o jovem foi operado.

“Logo após ele ter sido sujeito à amputação, ainda estava na sala de recuperação, os enfermeiros disseram-nos que era necessário colocar uma etiqueta no dedo do pé para identificação. O Shane foi muito perentório, e disse logo ‘Ponham a etiqueta no meu pé esquerdo’. Alguns enfermeiros ficaram um bocadinho chocados, e ele ria-se. Quem visse aquela cena nunca acreditaria que ele tinha acabado de amputar a perna esquerda”.

Aprender a lidar com a perda de uma perna é algo muito complicado; mas, e embora Casey admita que há dias em que ele próprio, enquanto pai, não consegue lidar com a situação, o mesmo não acontece com Shane, que permanece focado e positivo.

“Sempre gostei de ultrapassar todos os obstáculos que a vida me coloca. É assim desde 2015. O ‘não’ nunca é uma opção para mim. Tenho a certeza que voltarei a jogar beisebol!”.

Esse positivismo “é muito importante”, até porque a fisioterapia “não é nada fácil”.

O cancro de Shane obrigou à amputação da sua perna. – Fonte: DR

“Claro que não é tudo um mar de rosas”, revela o pai de Shane.

“Durante a fisioterapia, como a clínica era longe de nossa casa, o Shane teve de ficar internado. E isso mexeu com ele. Ele sente falta da sua cama, da sua casa. Há alturas menos boas, mas não há dia em que ele não sorria e não diga palavras de força”.

Durante todo o processo, Shane e Casey foram apoiados pela St. Baldrick’s Foundation, onde o jovem foi sujeito a tratamentos. Até aí, esta familia não tinha a noção do quão desapoiada a oncologia pediátrica é.

“Até termos sido afetados por esta doença, não conhecíamos nada sobre o cancro infantil. Foi chocante saber que, historicamente, a pesquisa sobre o a oncologia pediátrica é sistematicamente subfinanciada. Não percebo como. Parece-me óbvio que é necessário um maior financiamento, e também me parece claro que o mais dinheiro tem de ser investido em pesquisas da forma eficaz possível”.

Quanto a Shane, o jovem afirma que irá fazer de tudo para enfrentar os desafios que não são típicos para em pessoas da sua idade.

Fonte: St. Baldrick’s Foundation

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