Manipulação das amostras de tecido do tumor é fundamental nas pesquisas contra o cancro

Um artigo publicado no Journal of American Medical Association (JAMA) de três médicos do Instituto de Ciência Translacional Scripps (STSI), nos Estados Unidos, sublinha que a tecnologia de sequenciamento genético tem vindo a alterar a forma como o cancro é diagnosticado e tratado, mas os métodos atuais de manipulação das amostras ainda ameaçam retardar esse progresso.

“Decidir a melhor forma de obter amostras do tumor e de processar o seu genoma é uma questão fundamental ainda não resolvida e que assume alguma complexidade”, alertam os médicos, que ressalvam que como “a nova aplicabilidade clínica da genómica surge a um ritmo bastante rápido, a patologia terá de chegar a uma mudança fundamental na forma como as amostras de cancro são tratadas.”

Atualmente, o tecido tumoral obtido através de uma biópsia é fixado em formalina, uma mistura de formaldeído e água, e embebido em parafina para exame microscópico. No entanto, porque a química de mistura de ADN danifica o tecido, a sequenciação realizada desta forma é muitas vezes difícil, se não impossível.

A melhor alternativa pode passar por congelar uma porção do tecido, que retém o código genético do tumor, enquanto se preserva para análise futura, pelo que, a fim de garantir o suficiente para análises posteriores, amostras maiores ou adicionais de biópsia podem ser necessárias, especialmente quando se utilizam os procedimentos minimamente invasivos de biópsia com agulha.

“Precisamos repensar completamente a forma como recolhemos e armazenamos amostras de tecido de cancro durante décadas”, pois tem-se tornado cada vez mais evidente “que a obtenção de um mapa preciso do ADN do tumor pode ser a chave para determinar as mutações específicas do cancro de um paciente, descobrir a melhor forma de o tratar e determinar a probabilidade de reincidência”, recordam os especialistas.

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