Mãe escreve poema angustiante sobre o cancro e o tratamento do filho

Uma mãe escreveu um emocionante poema sobre como um diagnóstico de cancro de um filho muda a vida daqueles que o criaram.
Sam Wiggins, uma britânica de 39 anos, escreveu este poema quando o seu filho Talisein foi diagnosticado, em 2017, enquanto o filho estava a fazer quimioterapia para tratar uma forma rara de cancro chamada histiocitose de células de Langerhans.
Talisein, agora com 7 anos, foi diagnosticado aos 6 anos de idade.
“Sermos informados de que o nosso filho tem cancro é a pior coisa que uma mãe ou um pai podem ouvir. A segunda pior coisa é sabermos que não podemos fazer nada para ajudarmos os nossos filhos, a não ser confiarmos nos médicos”, disse Sam ao HuffPost UK.
No poema, esta mãe fala sobre esfregar as pernas do filho à meia-noite porque a quimioterapia fez com que elas lhe doessem, e sobre segurar uma taça para que o menino conseguisse comer.
Eu vejo-te, meu filho
Cancro é a palavra que todos nós tememos
Os sussurros abafados
O olhar que nunca tínhamos visto
O esfregar as pernas do meu filho à meia noite, porque a quimioterapia o deixou magoado 
Ver a radioterapia queimar a pele daquela criança e dizer-lhe que é tudo para o bem dele
Segurar a taça para ele comer
É ver ser derramado veneno nas veias daquele bebé lindo 
É observar ele ficar inchado com os esteroides, ou transformar-se num esqueleto por causa das infeções e dos tratamentos agressivos.
Cancro é entregar o meu filho a estranhos, para que eles o possam operar 
É segurá-lo durante os testes e os procedimentos dolorosos
É reconfortá-lo e dizer-lhe que tudo ficará bem
É chorar no banho, porque temos de ser fortes 
É dizer adeus aos pequenos guerreiros que vamos encontrando pelo caminho, e saber que alguns não vão sobreviver
É lavar as mãos 50 mil milhões de vezes por dia
O cancro é ter medo de infeções 
São exames de sangue e biópsias, injeções e remédios
São ressonâncias magnéticas, tomografias e raios-X
É esperar que o telefone toque, esperar pelos resultados e rezar para que algo tenha melhorado 
É ver o nosso filho dormir e guardar essas memórias, pois não sabemos o que pode acontecer 
Pois mesmo que o nosso filho seja um dos sortudos, existem os efeitos tardios e as consequências a longo prazo
É ir ao fisioterapeuta, às urgências, aos psiquiatras 
É fazer terapia
E mesmo quando o tratamento termina, mesmo quando a criança fica bem e feliz
É saber que o cancro deixará uma cicatriz, que estará para sempre estampada no coração
Quando um filho tem cancro, tudo muda
Vemos aquela criança a ir até ao inferno
Ficamos tão acostumados ao nosso filho estar anestesiado que já nem choramos 
Seguramo-lo durantes os dolorosos testes 
Pareces tão forte meu filho, 
Mas eu conheço-te 
E sei que por dentro, por trás desse exterior forte, existe uma máscara que colocas 
Eu sei que lentamente estás a quebrar
Que tentas que ninguém veja o teu sofrimento
Mas eu conheço-te 
E sei que és um guerreiro.
“Obrigada por resumir tão bem esta experiência” ou “Eu já fui a senhora. O meu guerreiro perdeu a batalha depois de 7 anos de luta”, foram alguns dos comentários deixados por muitas mães e pais que passam, ou passaram pelo mesmo.
Talisein foi submetido a um ano de tratamentos com quimioterapia e esteroides e passou muito tempo hospitalizado com infeções.
Felizmente, a criança terminou recentemente a quimioterapia e chegou a tocar uma campainha no hospital para comemorar a ocasião.
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