Linhas celulares de cancro podem prever resposta à quimioterapia

Uma pesquisa publicada na revista Cell demonstrou que as linhas celulares de cancro derivadas de pacientes apresentam as mesmas alterações genéticas encontradas nos tumores dos pacientes, um indicador que poderia ser utilizado para perceber de que forma os tumores podem responder aos novos medicamentos.
O estudo internacional liderado por cientistas do Instituto Wellcome Trust Sanger, do Instituto de Bioinformática Europeia (EMBL-EBI) e do Instituto de Cancro da Holanda, descobriu uma forte ligação entre muitas mutações em amostras de cancro dos pacientes e a sensibilidade a fármacos específicos. 
A equipa reforça que, a confirmarem-se estes resultados, tal poderia contribuir para o avanço da medicina personalizada, dando aos médicos resultados que ajudam a prever os melhores medicamentos disponíveis ou os ensaios clínicos mais adequados para cada paciente.
Este é o primeiro estudo a combinar dados moleculares de pacientes, linhas celulares de cancro de laboratório e a sua sensibilidade aos fármacos, para analisar as mutações genéticas conhecidas por causarem cancro.
Ao todo, foram avaliadas mais de 11 mil amostras de pacientes de 29 tipos de tumores diferentes, a fim de criar um catálogo das mudanças genéticas que causam cancro em pacientes. 
Foram mapeadas essas alterações para mil linhas celulares de cancro e, em seguida, a equipa testou a sensibilidade das linhas de células a 265 medicamentos para perceber se havia alguma mudança na sensibilidade.
Os pesquisadores fizeram duas descobertas significativas. Em primeiro lugar, que a grande maioria das anomalias moleculares encontradas nos cancros do paciente também são encontradas em células cancerígenas em laboratório, o que significa que as linhas de células são, de facto, modelos úteis para identificar quais os medicamentos que funcionam melhor para os pacientes. 
Em segundo lugar, muitos dos defeitos moleculares detetados nas milhares de amostras de cancro podem, tanto individualmente como também em combinação, ter um efeito forte sobre se determinado fármaco afeta a sobrevivência de uma célula de cancro.
Os resultados sugerem que as linhas celulares de cancro poderiam ser melhor exploradas para se perceber quais os medicamentos que oferecem tratamentos mais eficaz para cada paciente.
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