Leucemia linfoblástica aguda pode ser promovida por inflamação

Segundo um estudo realizado pelo Instituto de Neurociências, em Espanha, a inflamação pode ser um fator determinante no desenvolvimento de leucemia linfoblástica infantil aguda. 
Publicado na Cell Reports, o estudo permitiu aos investigadores descobrirem novas informações sobre o tumor e desenvolverem uma plataforma de triagem que permite uma maior progressão na procura de medicamentos mais eficientes e seguros para a doença
Há já seis anos que esta equipa investiga medicamentos com menos efeitos secundários do que os atuamente disponíveis; para isso, foi criado um sistema de triagem que escolhe e analisa medicamentos usados para combater processos inflamatórios, e que podem ser eficazes contra este tipo de cancro infantil, sem que tenham efeitos. 
“Faltava um tipo de rastreio para testar milhares de moléculas e ver o impacto destas no tumor e nas células saudáveis. De forma que se pudesse validar que o que inicialmente se estava a ser observar em animais também estava relacionado à doença em humanos”, disseram os investigadores, 
“Agora que otimizamos o sistema e obtivemos a designada prova de conceito para provar que isso é possível, podemos avançar mais rapidamente na procura de medicamentos mais seguros e eficientes e aplicá-los a outros oncogenes e cancros”, continuaram os especialistas, que acreditam que um projeto conjunto com a Fundação Científica da Associação Espanhola Contra o Cancro (AECC) irá permitir aprofundar conhecimentos e examinar outros medicamentos identificados no estudo como clinicamente úteis para doenças inflamatórias. 
Os investigadores alertam para a existência do gene Notch, um gene que desempenha um papel desenvolvimento da maioria dos tecidos do organismo e que faz parte de uma das vias de cancro mais complexas; como a medicação contra esta via causa efeitos secundários em células saudáveis, os especialistas estão a realizar experiências que permitam alterar essa mesma medicação.
“Uma alternativa é otimizar medicamentos que já foram testados em crianças para outros usos, com segurança comprovada, para reutilizá-los em tratamentos contra o cancro. Para isso, um requisito importante era ter um sistema biológico que nos permitisse testar o medicamento de forma rápida, barata e preditiva como a que preparamos, o que também permite ver sua eficácia contra as células tumorais e possíveis efeitos adversos nas células saudáveis”, referiram os cientistas. 
A investigação acredita que tratamentos de processos inflamatórios também podem ser benéficos contra a leucemia linfoblástica crónica nos adultos. 
A leucemia linfoblástica aguda é o cancro mais comum entre crianças.  
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