Hudson McKearney foi diagnosticado com leucemia em fevereiro de 2019, quando tinha apenas 23 meses.
A sua mãe, Jessica, não descansou enquanto os médicos não lhe deram uma razão para o súbito aparecimento de hematomas incomuns e febres baixas – “não foi fácil, porque ao início, os médicos não deram importância. ‘É normal mãe, ele é uma criança’, disseram-me, mas eu não acreditei. E, alguns testes depois, veio-se a comprovar que eu tinha razão”.
Hudson completou os tratamentos maio de 2022, e agora “é uma típica criança de 5 anos”.
Esta terrível experiência levou Jessica a fundar a Hudson Strong Foundation, uma organização que pretende promover a sensibilização para o cancro infantil e angariar dinheiro para famílias afetadas pela doença.
“O meu filho esteve em tratamento durante mais de 3 anos. Durante esse período, recebemos muito apoio e doações – e eu, agora, quis retribuir e ajudar os outros da mesma maneira que nós fomos ajudados”.
A Hudson Strong Foundation envia pacotes de cuidados para famílias do Estado do Iowa, nos Estados Unidos.
“Temos um formulário que as famílias preenchem e onde listam as suas três principais necessidades. Um dos nossos maiores objetivos é incluir irmãos porque acho que muitas vezes eles são esquecidos nestas situações. As necessidades podem ser muitas, não tem necessariamente que ser comida ou produtos de higiene. Podem ser jogos, livros, o que seja. Queremos é que todos os membros da família sejam incluídos”, explica Jessica.
A irmã de Hudson, Violet, tinha apenas 3 meses quando ele foi diagnosticado.
“Ela também teve que crescer neste mundo do cancro, que é completamente atípico. Hoje, por exemplo, ela brinca com bonecas mas a fingir que está a fazer punções lombares. Aos 3 anos ela diz que quer ser cientista ou oncologista.”
Apesar das circunstâncias horríveis, Jessica acredita que o cancro de Hudson tornou os seus dois filhos “muito sábios”.
“Eles são muito empáticos. Sou abençoada por eles estarem a crescer e a transformarem-se em seres humanos tão gentis”.
Para além da Hudson Strong Foundation, Jessica também criou um grupo de apoio ao qual deu o nome de “Famílias do 11º andar” fazendo uma referência ao andar de oncologia do Stead Family Children’s Hospital.
“Especialmente quando a COVID-19 apareceu, houve um enorme sentimento de isolamento. Nós sentimo-nos ainda mais sozinhos. Por isso criei este grupo de Facebook, para que as pessoas pudessem desabafar e encontrar apoio”.
Atualmente, o grupo tem mais de 100 membros.
Infelizmente, Jessica lembra que apenas 4% do financiamento na área da oncologia é destinada ao cancro infantil – outro dos fatores que a levou a criar a Hudson Strong Foundation.
“O trauma que tivemos ao ver o nosso filho passar por tudo aquilo é horrível. Houve uma altura em que Hudson não conseguia andar ou falar. Alguns dos tratamentos que ele recebeu têm décadas… isto é apenas um dos motivos que mostra o quão subfinanciada a área da oncologia pediátrica é. Precisamos que haja uma maior consciencialização para que um dia haja opções melhores para estas crianças – porque elas merecem.”
Além de estender ajuda ou recursos às próprias famílias, Jessica relembra que existem outras maneiras de apoiar as famílias afetadas pelo cancro infantil.
“A doação de sangue, por exemplo. As pessoas não têm noção que a grande maioria das doações de sangue destina-se a pacientes com cancro, para que eles possam sobreviver aos vários tratamentos. Isso foi fundamental para a sobrevivência do Hudson”.
Fonte: Globe Gazette