Muitas vezes, os familiares das crianças com cancro enfrentam uma série de traumas emocionais, psicológicos, comportamentais, bem como sociais, que têm sido observados sobretudo entre os irmãos de pacientes pediátricos.
Embora o desenvolvimento desses problemas psicológicos seja um evento previsível pela maioria dos clínicos, atualmente não há muitos dados disponíveis para medir corretamente e avaliar as experiências e a gravidade desses problemas entre os irmãos de crianças com cancro.
Como resultado disso, há ainda muito por pesquisar em termos de desenvolvimento e execução de programas específicos de intervenção para ajudar os irmãos dos pacientes pediátricos com cancro a lidar com a situação, a fim de garantir danos mínimos para a sua saúde psicológica e física.
Num dos poucos estudos com foco sobre esta questão, uma equipa de pesquisadores da Suíça estudou 30 irmãos de pacientes pediátricos com cancro de 21 famílias.
Os resultados da pesquisa foram recolhidos em intervalos regulares, na forma de questionários, tendo em conta parâmetros como o conhecimento médico entre os irmãos, apoio social, relação saúde/qualidade de vida, sintomas de stress pós-traumático, condição sócio-económica e gravidade da condição do paciente com cancro, na ótica dos irmãos.
A intervenção dos pesquisadores centrou-se num aconselhamento individualizado. Os clínicos trabalharam junto dos participantes comunicando-lhe o estado de saúde do irmão doente, dando-lhes a conhecer os mecanismos para lidar com o problema e entregando aos pais folhetos informativos sobre os problemas psico-sociais que poderiam desenvolver os seus filhos e irmãos, com conselhos para lidar com essa situação.
As famílias do grupo de controlo receberam atendimento psicossocial padrão presencial com a psico-oncologista atribuída ao paciente com cancro.
Um resultado positivo dessas intervenções foi observado no grupo de estudo em termos de conhecimentos médicos, apoio psico-social e bem-estar social. No entanto, ambos os grupos de estudo e controlo apresentaram resultados semelhantes em termos de sintomas pós-traumáticos de stress, qualidade de vida relacionada à saúde e ansiedade.
Os pesquisadores deste estudo piloto defendem que intervenções oportunas e corretas em forma de aconselhamento individual podem melhorar significativamente o bem-estar destas crianças.
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