Investigadores querem preservar fertilidade em pacientes com cancro infantil

Em 2017, estimou-se que mais de 15 mil crianças e adolescentes seriam diagnosticados com cancro, só nos Estados Unidos. Dessas crianças, 80% irá sobreviver, mas algumas ficarão com sequelas ao longo da vida.
Uma dessas sequelas, que advém de alguns tratamentos contra o cancro, é a infertilidade. 
Investigadores do Magee Women’s Research Institute, nos Estados Unidos, estão a realizar um estudo sobre a preservação da fertilidade futura em pacientes pediátricos com cancro. 
“Temos a oportunidade, e talvez até a obrigação, de informar os pacientes e as suas famílias sobre os efeitos dos tratamentos a que são sujeitos. Graças à melhoria das terapias, existem cada vez mais sobreviventes, que ainda têm uma vida reprodutiva pela frente”, disseram os especialistas. 
Para a pesquisa, os investigadores estão a recolher, antes do início do tratamento, tecido saudável e/ou células estaminais dos pacientes.
“Estamos a congelar o tecido testicular de meninos e tecido ovariano de meninas”, explicaram.
Tendo em conta que um trabalho semelhante já foi feito em animais, a teoria é a de que este método irá funcionar em seres humanos, ao transplantar o tecido congelado de volta para o paciente, essencialmente estimulando a fertilidade.
“Fazer a preservação da fertilidade é a única vez que um paciente com cancro tem a oportunidade de assumir o controlo da sua situação, pois será a primeira vez que o doente dará um passo para melhorar a sua qualidade de vida depois de curado da sua doença inicial”.
Uma das participantes desta nova investigação é Madison Steadman, uma menina que descobriu que tinha anemia aplástica quando tinha 13 anos. 
“Quando recebemos o diagnóstico, a nossa única preocupação foi salvar a vida da nossa filha, nem sequer tínhamos pensado que a infertilidade podia ser um efeito secundário decorrente dos tratamentos”, disseram os pais da jovem. 
Também Austin Oshenhirt, um jovem de 16 anos que está a fazer tratamentos contra um linfoma, participa no estudo. “A única coisa que aguardo com expetativa é ter filhos e ter uma família no futuro”, disse Austin, que ficou “muito feliz por poder receber esta opção apenas para ter a certeza de que poderei ser pai.”
Neste ponto do estudo, nenhum dos cerca de 150 pacientes foi submetido ao procedimento para ter o tecido transplantado de volta.
Os investigadores esperam continuar a recrutar pessoas para o seu estudo, de forma a conseguirem ter uma amostra cada vez maior de pacientes. 

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