Cientistas do Instituto de Pesquisa de Cancro Infantil, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, descobriram uma conexão surpreendente entre uma proteína do cancro da mama, BRCA1, e um tipo de cancro pediátrico conhecido como sarcoma de Ewing.
As descobertas, publicadas na Nature, revelaram um mecanismo completamente novo através do qual o BRCA1 se pode tornar disfuncional. “As observações levantam muitas questões sobre o sarcoma de Ewing e a biologia da BRCA1”, disseram os investigadores.
O sarcoma de Ewing é um cancro pediátrico que afeta ossos e músculos e que afeta geralmente pacientes com uma idade média de 15 anos.
“A nossa equipa trabalhou para identificar o porquê do sarcoma de Ewing geralmente ser sensível a fármacos padrão contra o cancro, na esperança de encontrar novos alvos para a terapia e revelar novas formas de tratar a doença em casos de recidiva ou de não resposta às terapias padrão”, explicaram os especialistas.
Quase todos os sarcomas de Ewing são causados por um rearranjo de dois genes que são fundidos; a combinação resultante da proteína de sarcoma de Ewing, EWSR1 e outra proteína, geralmente FLI1, é chamada de “oncogene de fusão”.
No artigo publicado na Nature, os investigadores explicam que a proteína mutante produzida pelo oncogene de fusão interfere com a função normal da proteína EWSR1, fazendo com que as funções celulares normais do cancro funcionem sem controlo. O BRCA1, que repara ADN danificado, deixa de poder fazer a reparação quando essas mesmas funções celulares se desligam.
“A EWSR1 é como um condutor de comboio que vê danos nos trilhos e para o comboio; já o BRCA1 é a equipa que repara os danos quando o comboio para. Mas agora descobrimos que existe este oncogene de fusão, que impede o condutor de poder parar o comboio e, consequentemente, evita a reparação”.
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