Paula Boaventura, Dina Pereira, Paula Soares e José Teixeira Gomes são os quatro autores do trabalho vencedor, que receberão um galardão no valor de 70 mil euros.
“Desde Março de 2006 que investigamos a doença Tinea capitis, vulgarmente conhecida por Tinha. O estudo teve como objectivo avaliar a prevalência de patologia tumoral na zona da cabeça e pescoço, numa amostra de portugueses irradiados na infância para tratamento da Tinea capitis”, explicou Paula Boaventura, investigadora principal.
A cientista lembra que a doença “atingiu um padrão epidémico nas décadas de 50 e 60 em Portugal e, como na altura não havia um tratamento específico, colocava-se uma pomada à base de sais de enxofre, alternando com a aplicação de tintura de iodo. Como o cabelo dificultava o tratamento, diminuindo a adesão à sua execução continuada, era provocada a epilação do couro cabeludo com a utilização de raios-X”.
Vários estudos mostram o risco que estes indivíduos apresentam de virem a desenvolver neoplasias na zona da cabeça e pescoço.
Isabel Costa, responsável médica pela área de oncologia da Merck Serono, refere que “este prémio valoriza a pesquisa epidemiológica nacional na área do cancro. A epidemiologia é de extrema importância para o estudo da etiologia do cancro e também para identificar e desenvolver melhores tratamentos”.
“Em Portugal fazem-se muito poucos estudos epidemiológicos. A epidemiologia é de extrema relevância para o avanço da medicina, pois permite-nos conhecer os fenómenos de saúde e seus factores determinantes nas populações humanas”, referiu também Ricardo da Luz, Presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia.
O Prémio ACS-Merck Serono, no valor de 70 mil euros, tem como principal objectivo incentivar a investigação, contribuindo para o avanço do conhecimento científico na área da oncologia.
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